sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Promotor diz que suposta fraude na Fecomércio pode ultrapassar R$ 80 milhões - Justiça expediu mandado de prisão contra presidente afastado da entidade. Ele é investigado por suspeita de desviar dinheiro do Sesc e Senac.


O promotor Eduardo Nepomuceno disse, nesta quinta-feira (26), que o suposto esquema de fraude na Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG) pode chegar a mais de R$ 80 milhões. Dois dias após expedição de mandado de prisão, o presidente afastado da entidade ainda não se apresentou à polícia.
O empresário é investigado pelo Ministério Público por suspeita de participar de um esquema de desvio de dinheiro do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
“A gente acredita que gire em mais de R$ 80 milhões de valores que foram desviados do sistema. No direcionamento de contratos de compra de bens, serviços e obras e no superfaturamento desses contratos também para que o restante da fraude fosse repassado, de alguma forma, como vantagem ilícita para o próprio grupo”, explicou o promotor Eduardo Nepomuceno. 
Gonzaga é suspeito de participar de um esquema de superfaturamento de contratos, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Além dele, outras dez pessoas são investigadas. O inquérito já chega a 5 mil páginas.
O empresário do ramo farmacêutico é também presidente do sindicato das empresas varejistas do setor, em Minas. Ele é investigado pelo MPMG, desde 2013.
Segundo o promotor, a Fecomércio teria pago por dois imóveis, no bairro São Francisco, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, R$ 31 milhões. Na avaliação feita a pedido Ministério Público, os prédios valeriam bem menos: R$ 12,5 milhões. 
Gonzaga está afastado do cargo de presidente desde o dia 10 de novembro. Desde então, o MPMG tem recebido denúncias de funcionários da Fecomércio-MG, que afirmam estar sendo ameaçados de morte. “Este fato também será levado ao conhecimento da juíza para reforçar inclusive esta medida constritiva da liberdade dele. A gente espera que ele seja mantido na prisão até a conclusão das investigações e durante o processo judicial que certamente virá”, disse Nepomuceno.

O advogado de Lázaro Gonzaga não atendeu ao nosso pedido de entrevista e não quis falar sobre o paradeiro do empresário. Nesta quarta (25), o advogado havia informado que o cliente não cometeu nenhum ato ilegal e que estava tentando reverter o pedido de prisão. A administradora judicial da Fecomércio-MG, Sesc e Senac informou que o sistema está colaborando com as investigações e que todos os seus serviços estão funcionando normalmente.

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