Os dois adolescentes mortos a tiros por um segurança, em um terminal de trem de Salvador, na quinta-feira (27), foram enterrados na tarde deste sábado (29), no cemitério municipal de Plataforma. Na ocasião, uma jovem de 15 anos ficou ferida de raspão e o namorado dela, de 16 anos, também foi baleado. Familiares e amigos acompanharam o sepultamento de Claydson Santos, de 15 anos, e David Barreto, de 16. O segurança Júlio César Perpétuo, de 33 anos, que segundo a polícia suspeito do ataque, teve o mandado de prisão expedido pela Justiça na sexta-feira (28) e ainda está foragido. A jovem de 15 anos, que também foi baleada mas sobreviveu, relatou que o homem atirou nas vítimas sem dizer nada a elas. “"Ele só puxou a arma e atirou. Totalmente, atirou e não falou nada”, contou. A garota foi atingida de raspão na mão direita e chegou a ser encaminhada a um hospital, mas já recebeu alta e passa bem.
A adolescente é amiga de um dos dois adolescentes que morreram. Todas as vítimas estudavam juntas no Colégio Estadual Castro Alves, localizado no bairro da Calçada, e voltavam da instituição quando ocorreu o crime, na tarde da quinta-feira (27). O namorado da garota tem 16 anos e foi baleado nas costas. Ele está internado em estado grave no Hospital do Subúrbio, na capital baiana. A mãe do adolescente, Vanilda Santos, revelou que teme que o filho fique paraplégico por conta do tiro. “O médico falou que a situação dele é grave, porque ele tomou um tiro nas costas, na coluna”, disse. O irmão de Claydson também estava na estação de trem e presenciou a ação do segurança. Segundo o jovem, o suspeito ameaçou as vítimas quando elas estavam a caminho do colégio, após um desentendimento na estação de Santa Luzia do Lobato. Ele disse que um dos jovens teria impedido que a porta do trem se fechasse, e que o segurança ficou irritado. “Daivid estava parado na porta. Aí, o segurança começou a falar que não era para ele ir com a porta aberta. Aí ele (Daivid) falou: ‘O trem ainda não saiu’. Aí ele [o segurança] falou: 'Eu quero que você segure a porta'. Começou a xingar, discutir. Ele [o segurança] falou: 'Quando você voltar, você vai ver seu ‘doce’”, contou a testemunha. Quando voltava da aula, no final da tarde, David e os outros jovens foram surpreendidos pelo segurança na mesma estação de trem. Segundo as testemunhas, ele desferiu vários tiros e atingiu quatro adolescentes. A mãe de Claydson Santos, o outro jovem que morreu, está inconformada com a atitude do segurança. "Deveria ser uma pessoa preparada para lidar com as pessoas, em qualquer situação. Eu trabalho vendendo revista e tenho que ter preparo com pessoas. Eu perdi o meu filho caçula com 15 anos", lamentou Cleidiana dos Santos.(G1/BA)
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