O cemitério do Bonfim tem capacidade para abrigar 12 mil covas, e hoje trabalha no limite de sepultamentos (Foto: Cida Santana/G1)
A ampliação do cemitério do Bonfim tem gerado revolta entre os moradores do Bairro Sumaré emMontes Claros, Norte de Minas. Isso porque, segundo eles, para realizar essa obra, a praça do local será destruída. O motivo para a expansão, segundo a Prefeitura, seria a falta de espaços para novos sepultamentos.
A decisão de usar uma área externa causa indignação entre os moradores. Segundo Airton Alves, a obra não resolverá o problema. Ele reclama ainda que nenhum morador foi consultado para opinar sobre a decisão.
“A população está indignada com a decisão do prefeito de usar nossa área verde para fazer esse cemitério. É uma medida paliativa, pois não vai resolver o problema. Ele não procurou saber se os moradores concordavam. Além do prejuízo ambiental, nossos imóveis não vão ter valor algum”, desabafa.
A moradora Maria Nelita Oliveira também não acredita que essa expansão resolva o problema, e teme também pela desvalorização dos imóveis. “Além de prejudicar a praça, que é uma área de lazer, tem a valorização dos imóveis. Isso não vai resolver o problema do cemitério, já que daqui a 15 dias não vai mais comportar os sepultamentos, e ainda vamos ter problemas com nossas casas”, diz.
De acordo com o secretário adjunto de obras, Fabiano de Oliveira, a expansão do cemitério do Bonfim não vai afetar a praça. “No local existem duas áreas: a praça e o estacionamento. O estacionamento é que será usado, a praça permanece. Não vamos cortar árvores e não vamos ter problemas com ruas. Entendemos que é a melhor solução no momento”, afirma.
Ao lado do cemitério do Bonfim, fica o cemitério Jardim Esperança. Os dois ocupam um espaço de 98 mil metros. Eles possuem 23 mil túmulos, onde mais de 74 mil pessoas já foram sepultadas. A área de ampliação do cemitério Bonfim está estimada em 2.900 metros. Serão construídas 962 covas, que dariam espaço para 4.500 corpos. Acredita-se que essa nova construção possa comportar os sepultamentos por pelo menos 8 meses, até que os enterros possam ser feitos em outro lugar.
Em 2011, um novo cemitério começou a ser construído, no entanto, as obras foram paralisadas em 2012, porque o dono da empresa rsponsável pela construção foi preso durante uma operação da Polícia Federal. Logo após, a Administração informou que seria realizada uma nova licitação, o que não aconteceu.
Segundo Fabiano de Oliveira, dois novos cemitérios serão construídos para diminuir a demanda nos cemitérios existentes na cidade. “Recebemos uma determinação do prefeito para lançarmos, ainda neste mês de fevereiro, o edital para a convocação da licitação dos novos cemitérios”, ressalta. Fabiano de Oliveira informou ainda que a previsão é de que as obras comecem em no máximo quatro meses.
Enquanto o problema não é resolvido, os moradores do Bairro Sumaré pretendem organizar uma reunião com a Administração. “Vamos nos reunir com o prefeito. Achamos que não convém realizar essa ampliação, por causa da área de laser e das casas que estão em volta do cemitério. A região vai perder totalmente o seu valor”, diz.
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