quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Homem que foi solto por engano se apresenta em Montes Claros - Leandro foi liberado após uma confusão na consulta do alvará de soltura. Ele é acusado de matar a ex-namorada a facadas em agosto de 2014.

Leandro Dantas (Foto: Taislaine Antunes/G1)Leandro Dantas se apresentou à Polícia nesta quarta-feira (25) (Foto: Taislaine Antunes/G1)
O ex-modelo Leandro Dantas, acusado de matar a facadas a estudante de medicina Sara Teixeira, em agosto de 2014, foi recapturado pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (25), no escritório do seu advogado, onde aguardava pelos policiais. Ele estava preso desde o dia do crime e foi liberado do Presídio Regional de Montes Claros por engano, no último sábado (21).
Antes do assassinato, já havia um mandado de prisão em aberto em nome de Leandro, em decorrência de agressões físicas cometidas contra a estudante. Dessa forma, na época, o ex- modelo foi preso em cumprimento de dois mandados de prisão.
Leandro ganhou a liberdade no sábado (21), depois que o juiz expediu o alvará de soltura, permitindo que o acusado respondesse em liberdade por lesão corporal contra a estudante; crime referente ao primeiro mandado de prisão.
Alvará de soltura que liberou Leandro Dantas (Foto: Taislaine Antunes/G1)
Alvará de soltura que liberou Leandro Dantas
(Foto: Taislaine Antunes/G1)
No documento existe uma clásula que consta que se o réu não tiver outro motivo para ser preso, ele deverá ser solto. Segundo o delegado Giovanni Siervi, o investigador da PC que foi o responsável pela soltura de Leandro, teria se confundido pelo fato dos mandados de prisão terem sido cumpridos no mesmo dia, e este pode ter sido o motivo do equívoco do servidor público.
"A gente sabe que a princípio não houve má fé do servidor ao 'expedir' este alvará de soltura, houve uma confusão entre números de processos, uma vez que os dois processos tinham a mesma data de início de cumprimento da prisão, e também mesmo autor e mesma vítima. A PC tem que apurar para verificar se foi apenas um erro ou se houve uma coisa mais grave por trás disso. Vamos ouvir as pessoas que participaram desta situação, para no final verificar se configurou uma infração administrativa ou um crime", explica.
Leandro foi detido no escritório do advogado dele, Otávio Rocha, que o orientou a se entregar. "Ele compareceu ao meu escritório e o orientei que a melhor opção seria ele se entregar, então adotamos a postura de levá-lo ao juiz. Então, entramos em contato com a polícia para fazer a prisão dele", diz o advogado.
Otávio Rocha também defende a ideia de que houve uma confusão no momento da soltura. "Provavelmente houve um equívoco, porque ele foi preso no mesmo dia por um fato, e em relação à mesma vítima teve uma outra prisão, então constava no sistema prisão contra a mesma vítima por duas situações", comenta.
Giovanne Siervi diz que um procedimento será instaurado para averiguar possíveis falhas (Foto: Valdivan Veloso/G1)
Giovanni Siervi acredita que uma confusão nos
números de processos
(Foto: Valdivan Veloso/G1)
Após a prisão, Leandro foi conduzido para a delegacia de plantão da PC, onde permaneceu até ser levado pra prestar depoimento na corregedoria.
O delegado conta que um inquérito foi instaurado para averiguar as circunstâncias do ocorrido. "Foi aberto um inquérito policial e uma sindicância administrativa para apurar as circunstâncias em que ocorreram este erro na liberação dele. Ele vai ser ouvido para saber qual foi a percepção dele de toda esta situação que aconteceu", afirma.
Para a polícia, o acusado era considerado foragido, o que causa revolta entre os familiares de Leandro. A irmã dele, que não quer se identificar, afirma que ele "não era foragido, já que havia saído da prisão através de um alvará de soltura" e não tinha a intenção de fugir.  "O alvará tinha a assinatura do juiz, então ele saiu pela porta da frente e estava tranquilo, não estava fazendo nada de errado. Ele [Leandro] ficou o tempo todo em casa e ninguém foi atrás dele", ressalta.
De acordo com o delegado Giovanni Siervi, Leandro Dantas será encaminhado para o Presídio Regional de Montes Claros.


Nenhum comentário:

Postar um comentário