Sulbahianews/Petrina Nunes - Data: 27/02/2015 - 16:55:10
Nesse dia 27 de fevereiro de 2015 completa um ano da morte do jornalista Jeolino Lopes Xavier, conhecido por “Gel Lopes”, que foi executado a tiros numa emboscada, em Teixeira de Freitas. Apesar do tempo que se passou, ainda não foram encontrados os assassinos do jornalista.
O Sulbahia News procurou informações de como anda as investigações, mas não conseguimos contato, até o fechamento da matéria, com o responsável pelo caso no Departamento de Polícia Técnica do Interior da Bahia (DEPIN), que fica lotado em Salvador (BA). Os policiais civis de Teixeira de Freitas não são mais responsáveis pelo caso.
De acordo com o jornalista Leco Gomes, que falou representando a AIESBA (Associação da Imprensa do Extremo Sul da Bahia), “quando morre um jornalista, morre uma parte da sociedade”. Sobre o sentimento da AIESBA em relação ao assassinato do repórter, Leco coloca que “é uma afronta ao direito de imprensa, intimida um pouco o profissional que trabalha dando voz à sociedade, e por isso dando a cara a tapa”.
Gel Lopes era habilitado como profissional do rádio desde 1998, e foi nessa época que ele começou a atuar como repórter policial; em 2012 fundou o seu site, o Portal N3. Gel atuava em Teixeira mas residia em Santo Antônio, distrito que ele tinha um grande afeto, e que procurava sempre ajudar em sua carreira como jornalista e como político. Gel foi o vereador mais bem votado nesse distrito.
De acordo com Joris Bento Xavier, filho mais velho de Gel, a “família está se reconstruindo”, não somente a família, como também os admiradores do trabalho de Gel e toda a comunidade de Santo Antonio, que se sentem “órfãos”, com a falta que faz o radialista. Gel deixou além de Joris, outros dois filhos: o jovem Diego e Giovana, de quatro meses, que nasceu após a morte dele.
Joris diz tentar continuar com o trabalho do pai, fazendo trabalho investigativo na imprensa, de matéria séria e incansável, apesar de haver um trabalho de reformulação das ideias e do próprio site. Sobre as investigações do assassinato, Joris disse que nem a família está tendo acesso, pois o DEPIN prefere manter em sigilo para não colocar ninguém em risco. Durante essa sexta-feira (27), Gel será lembrado pelos colegas, mas não há nenhuma manifestação programada.
A família continuará a luta por justiça pela morte de Gel por meio de audiências públicas, junto com familiares de outras vítimas da violência e crimes bárbaros que não foram solucionados.
Entenda o caso
O crime ocorreu por volta das 21h15min de uma quinta-feira (27/2), quando Gel estava no interior do seu veículo, que tinha plotada a marca do seu portal de notícias. Ele estava na rua da Saudade, no bairro Bela Vista, onde foi deixar em casa, o colega repórter esportivo Djalma Ferreira. Dentro do veículo ainda estava a namorada de Gel, Daniele Ferreira dos Santos, sentada no banco traseiro, e que acabou ferida na perna direita por um projétil de arma de fogo.
Quando Gel deixou o amigo em casa foi surpreendido por criminosos que estavam, segundo informações, dentro de carro Ford Focus Sedan, cor prata, que se emparelhou ao seu veículo. Um dos criminosos desceu e atirou várias vezes contra o jornalista que foi atingindo por seis tiros; duas perfurações o atingiram na parte baixa da cabeça e quatro na região do tórax. Gel não teve chances de defesa e morreu no local.
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