Homem é preso por estuprar enteada de 12 anos em Capitão Enéas; menina passou por exames Segundo a Polícia Civil, menina contou à mãe sobre o crime e mulher acionou a polícia; padrasto nega as acusações.

 Por Paula Alves, G1 Grande Minas

Um homem, de 29 anos, foi preso pela Polícia Militar suspeito de estuprar a enteada, de 12 anos, em Capitão Enéas.

Segundo informações da Polícia Civil, na madrugada dessa quinta-feira (31), o rapaz teria amarrado a menina com fio elétrico na cama enquanto a mãe dormia e cometido o abuso.

A mãe, também de 29 anos, desconfiou do comportamento da filha e, ao questioná-la, a menina detalhou o que aconteceu. De imediato a mulher acionou a PM.

“Em depoimento, a vítima conseguiu narrar com muita clareza e coerência tudo que se deu. Trata-se de uma realidade concreta muito elevada. Ela estava muito chorosa e abalada, fez vômito várias vezes e, inclusive, defecou na própria roupa”, diz a delegada plantonista Maria Angélica Fernandes Almeida Prado.

A menor foi encaminhada do Hospital Municipal e Pronto Socorro de Capitão Enéas para o Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros, para tomar a profilaxia contra infecções sexualmente transmissíveis e fazer os exames devidos.

“Nós começamos a levantar os elementos para o inquérito. Eu destaquei uma escrivã mulher para atendê-la e, para evitar mais constrangimento, o exame que seria feito no IML foi feito no HU. A médica de plantão constatou candidíase, alterações no hímen e vestígios na roupa”, pontua a delegada.

O suspeito e a mãe da menina convivem em união estável há cerca de oito anos. Ela tem outros três filhos, sendo um dele. O padrasto já assediava a enteada anteriormente, pedindo que a garota retirasse as roupas enquanto ele mostrava o órgão sexual.

“É uma família que vive em extrema vulnerabilidade social. O autor é responsável economicamente pela casa. Elas vivem subjugadas, à base de ameaças. É preciso admitir que ela tomou todas as providências: acionou a PM, levou a criança ao hospital e registrou as ocorrências anteriores de importunações sexuais. Agora, é necessário um enfrentamento de toda a rede de proteção, como psicólogos e assistentes sociais”, destaca Maria Angélica.

Em depoimento, o suspeito negou as acusações e assumiu que manteve relação sexual com a companheira e se limpou com as roupas da criança, que estavam perto dele, o que, segundo ele, explica os vestígios na roupa da enteada.

“Ele está em flagrante para responder por estupro de vulnerável, mas, se restarem comprovadas essas importunações sexuais anteriores relatadas pela menor e até eventuais ameaças ou violências físicas, ele pode responder por elas também”, completa a delegada Maria Angélica Fernandes Almeida Prado.

O homem foi encaminhado ao Presídio de Bocaiúva, determinado como porta de entrada para novos presos na região, e o caso seguirá para a Polícia Civil de Francisco Sá.

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