Criação de comissão para investigar prefeito em MG é adiada pela 2ª vez - Vereadores de Coração de Jesus irão votar se a comissão vai ser criada. Comissão deve analisar gastos de prefeito Pedro Araújo em viagens.

Pela segunda vez foi adiada a votação que irá decidir se os vereadores de Coração de Jesus(MG) abrirão uma comissão para investigar os gastos do prefeito Pedro Magalhães Araújo Neto (PSC) com diárias em viagens. Na reunião desta segunda-feira (23), o presidente da Câmara, José Antônio Leite, afirmou que a questão só irá ser discutida depois que passar pela avaliação do setor jurídico.

No dia 20 deste mês a população lotou o plenário para acompanhar a decisão dos parlamentares, mas Leite suspendeu a reunião por causa do barulho e não soube afirmar quando a votação iria ocorrer. O presidente justificou dizendo que os representantes do Legislativo voltavam do recesso e precisavam de mais tempo para analisar as provas contra o prefeito.

A análise dos gastos com diárias é uma determinação do Ministério Público, que está movendo uma Ação Civil Pública contra Pedro Magalhães. O órgão afirma que em 16 meses ele gastou R$ 165 mil em viagens, sendo que para Belo Horizonte, em um dia, as notas das despesas somavam R$ 3 mil. 

Na denúncia o MP questiona ainda o fato dos valores serem concedidos ao prefeito por ele mesmo. Apesar dele ter apresentado um Decreto de Lei, que regulamenta os gastos, alguns dos vereadores questionam a legalidade do documento, que deveria ter sido submetido à aprovação do Legislativo.

O MP também destaca que Pedro Magalhães afirmou que as datas que aparecem em algumas das prestações de contas, relativas a viagens que o prefeito alega ter ido até órgãos oficiais, caíram no fim de semana. Além disso, há nas notas itens como jogos de computador, bebidas alcoólicas, doces, picolés e uma espada samurai. Em uma conta de R$ 127,25, paga em uma padaria, há sete pães com linguiça. Em uma ocasião, o prefeito escreveu de próprio punho que havia doado R$ 10 para uma igreja.

O que o MP quer

Na ação, o MP destaca que quer que o prefeito seja afastado do cargo, fique com os direitos políticos suspensos por 10 anos, além de não poder contratar com o Poder Público, receber benefícios fiscais ou creditícios.

O órgão pede também o bloqueio de bens dele no valor de R$ 493 mil, pagamento de multa e ressarcimento do prejuízo causado.

O prefeito de Coração de Jesus não foi encontrado para comentar as denúncias.