Alvará permitia que Leandro Dantas fosse solto
apenas pelo crime de agressão
(Foto: Michelly Oda/G1)
Uma falha durante a consulta do alvará de soltura de Leandro Dantas, indiciado pelo homicídio da estudante Sara Teixeira, ocorrido em 05 de agosto de 2014, permitiu que o ex-modelo fosse colocado em liberdade no sábado (21). Ele foi preso no mesmo dia do crime, e a polícia cumpriu ainda um mandado de prisão, que estava aberto desde o dia 14 de maio.
A informação sobre a falha na soltura do ex-modelo foi confirmada nesta segunda-feira (23) pelo juiz Isaías Veloso, que emitiu o alvará de soltura para o crime de lesão corporal. “É um processo de lesão corporal contra a mesma vítima. Ele foi julgado neste processo e condenado a cinco meses de detenção. Como já havia cumprido o tempo, foi determinado a expedição de soltura para este processo. Pelo crime de homicídio, somente o juiz do tribunal do júri é quem pode responder pelo caso”, explica o juiz.
O juiz disse ainda que quando um alvará de soltura é expedido, é enviado ao presídio, e depois retorna à delegacia de Polícia Civil, onde deve ser feita uma avaliação detalhada sobre a possível soltura do preso. “Geralmente é conferido pela Polícia Civil, que vai examinar e verificar se não há prisão por outro processo e, então, coloca em liberdade”.
Segundo o delegado regional da Polícia Civil, Giovanni Siervi, a análise dos alvarás de solturas são realizados por uma equipe composta por delegado e investigadores.
Quanto à soltura de Leandro Dantas, o delegado disse que uma sindicância administrativa será aberta para investigar possíveis erros. “Primeiro houve uma ordem judicial para que fosse emitido um alvará de soltura para ele [Leandro], e essa ordem, a princípio, foi cumprida. Agora iremos analisar o caso, para ver se ocorreu alguma ilegalidade no cumprimento desta ordem”.
O delegado regional diz ainda que Leandro Dantas é considerado foragido da Justiça. Para ele, a prisão por dois motivos, no mesmo dia, pode ter dificultado a análise do alvará. “Pode ter levado o agente que expediu o alvará ao erro”.
A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou em nota que o “Presídio Regional deMontes Claros instaurou um procedimento interno para apurar as responsabilidades pela soltura indevida do detento”.
A liberdade de Leandro Dantas deixou a família de Sara indignada. "Eu quase dei um infarto, tremi. O chão saiu debaixo de meus pés. Eu não acreditei numa coisa dessa. Vou esperar que justiça seja feita. Este crime não pode ficar impune. Além dela, ele matou os irmãos dela, a filha dela, os amigos. Foi muita gente que ele levou para o cemitério", apela a mãe da vítima, Maria Cícera Teixeira.
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