terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

'Manifestação não tem prazo para acabar', diz caminhoneiro na BR-251 No Norte de Minas, motoristas chamam caminhoneiros ao movimento. Reajuste do combustível é a principal reivindicação.

capa (Foto: Taislaine Antunes/G1)Caminhões pararam no acostamento da BR-251, no Norte de Minas (Foto: Taislaine Antunes/G1)
Caminhoneiros de várias partes do país interromperam a viagem na BR-251, próximo a Montes Claros (MG), na tarde desta terça-feira (24), aderindo a manisfestação que está bloqueando as rodovias brasileiras há alguns dias. Ao longo do trecho, dezenas de caminhões se amontoaram no acostamento da BR.
O caminhoneiro José Cardoso Júnior aderiu ao movimento e explica quais são as reivindicações da categoria. “Estamos reivindicando o preço do óleo diesel, a situação das estradas e o valor do pedágio, que está muito caro. A estrada é ruim, o caminhão quebra o tempo todo. Não tem como trabalhar assim”, diz.
Antes do reajuste, o valor do diesel comum era de R$ 2,56, hoje ele custa R$ 2,73. Já o diesel S10 custava R$ 2,69 e agora é encontrado por R$ 2,86. O impacto do aumento é sentido no bolso dos caminhoneiros que dizem ser “um absurdo” o aumento tão acentuado.
“Antes eu enchia o tanque do caminhão com R$ 1.300, hoje fica em torno de R$ 2.050. Desse jeito não tem quem aguente, nós ficamos prejudicados e os patrões também”, desabafa José Cardoso.
O movimento, que, segundo os manifestantes é liderado pelos caminhoneiros do Brasil, não tem prazo para acabar. Vilmar da Silva, um dos lideres do movimento na BR-251, é caminhoneiro há 35 anos e diz que “o governo precisa mudar a postura para que as manifestações acabem”.
pessoas (Foto: Taislaine Antunes/G1)
Caminhoneiros se aglomeraram à beira da rodovia
para convencer os demais a aderirem à
paralisação (Foto: Taislaine Antunes/G1)
“A presidente disse que não precisa de caminhão, sendo que o coração do Brasil é o caminhão. O navio não vai levar a mercadoria no mercado, o avião muito menos. O povo vai à roça buscar o feijão, o arroz e a carne?. Então a manifestação não tem prazo para acabar. Enquanto o Sindicato está lá em cima negociando, nós vamos ficar aqui”, afirma.
Muitos caminhoneiros que passam por esse trecho já aderiram à paralisação. Olidair Ferreira saiu da cidade de Faxinal no Paraná no sábado (21), com destino a Recife (PE), onde deveria chegar na quarta-feira (25). Mesmo com o percurso interrompido, ele diz que é a favor da manifestação.
“Estou carregado com 34 toneladas de farinha. Minha viagem dura cerca de quatro dias, mas não sei quando vou chegar a Recife. Mesmo assim sou a favor do movimento. O combustível não pode continuar neste valor. Vai chegar uma hora que o nosso serviço não vai mais compensar para nós”, ressalta.
transito (Foto: Taislaine Antunes/G1)
Transito ficou lento por causa da manifestação
(Foto: Taislaine Antunes/G1)
Vanderlei Lopes saiu de Chapada de Diamantina na Bahia para levar 19 toneladas de tomates para Belo Horizonte. Ele diz que é a favor da paralisação, mas se ficar mais tempo parado, muitos tomates vão perder.
"O tomate saiu de lá verde, agora já está quase maduro. Se passar dessa cor que ele está, para o mercado já não vai servir mais. Sem falar que para a feira de quarta não vai dar tempo entregar o produto”, conta.
Os caminhoneiros iniciaram a paralisação na BR-251 as 12h desta terça-feira (24) e, segundo os motoristas, não tem hora para acabar.

O trânsito ficou lento no trecho de concentração dos motoristas e a PRF precisou intermediar a passagem para os demais veículos. Houve um princípio de tumulto porque alguns caminhoneiros não aderiram à manifestação, e até o início da noite desta terça-feira, o manifestantes e a polícia permanecem no local.

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