quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

MCGrif vai investir R$ 70 milhões em Minas, sendo R$ 50 milhões em Jaíba Do total, R$ 50 milhões serão aportados em Jaíba, no Norte de MInas e R$ 20 milhões no setor lácteo




 A empresa é grande compradora de frutas dos agricultores do Projeto Jaíba / Foto: Gil Leonard

  
Mara Bianchetti

A paranaense MCGrif, que atua no setor de polpa de frutas e lácteos, vai investir R$ 70 milhões em Minas Gerais neste ano. Os aportes serão destinados às unidades localizadas nos municípios de Jaíba (Norte), Uberaba e Frutal (ambos no Triângulo), com o objetivo aumentar a capacidade instalada e desenvolver novas linhas de produção. Para o processamento de frutas serão destinados R$ 50 milhões, que permitirão que a fábrica de Jaíba se transforme na maior unidade de processamento de frutas tropicais do mundo, enquanto o restante (R$ 20 milhões) será aplicado no setor lácteo.

De acordo com o presidente da MCGrif, Álvaro Iaccino, os investimentos previstos para 2015 são parte fundamental do plano da empresa de não fazer parte da atual crise econômica. Segundo ele, não se trata de um otimismo exagerado diante de um cenário conturbado, mas sim de um trabalho diferenciado diante de um mercado promissor. Diante disso, a meta é que o faturamento da MCGrif atinja R$ 200 milhões neste exercício. No ano passado o valor chegou a R$ 50 milhões.

"Vamos crescer nos próximos três anos entre 20% e 30% por exercício. Mas, para isso, estamos estruturando a empresa. O ano passado, por exemplo, foi o das aquisições e da reorganização do grupo, onde as atenções foram concentradas na matriz no Paraná e na unidade do Rio Grande do Sul. Agora, o objetivo é fortalecer o mercado de Minas Gerais", justifica.

Em relação aos aportes, Iaccino explica que os R$ 50 milhões que serão aportados no Norte do Estado podem ser divididos em duas etapas. A primeira diz respeito a um contrato de R$ 30 milhões firmado com a Secchi Agrícola, para o fornecimento de mangas. A empresa cultiva e distribui a fruta na região de Petrolina (PE) e deve entregar 20 mil toneladas nos próximos cinco anos para a MCGrif. O acordo vai permitir que a unidade passe das atuais 500 toneladas de manga processadas por ano para mil toneladas/anuais.

"O mais interessante é que essa parceria ocorre no momento que o mercado está bastante sedento por este tipo de matéria-prima. Cada vez mais, as pessoas estão buscando produtos naturais e as empresas de bebidas em todo o mundo estão investindo em insumos para produzir", explica.

Mamão A

outra parte dos aportes (R$ 20 milhões) na unidade de Jaíba será destinada à implantação de uma linha para processamento de mamão e banana. Conforme o executivo, os recursos já estão sendo aplicados na compra de máquinas de última geração para dar início ao processo. "O mamão, por exemplo, é uma fruta muito interessante, com várias aplicações. cicatrizante, antioxidante e consumido tanto por pacientes em hospitais como por pessoas saudáveis, em
academias. A procura pela polpa das duas frutas é enorme", diz.

Esse investimento vai permitir que a capacidade produtiva da fábrica do Norte de Minas salte das atuais 5 mil toneladas de frutas processas por mês para mais de 8 mil toneladas mensais. E o total dos aportes vai transformá-la na maior unidade de processamento de frutas tropicais do mundo. Além da manga, são processados na unidade abacaxi, caju, acerola, goiaba e maracujá. O mamão e a banana serão integrados ao conjunto em breve.

"Essa região do Àvale das frutas" nos permite ter frutas nas melhores condições possíveis, em volumes fartos e com preços competitivos. Em contrapartida, oferecemos para os produtores locais a oportunidade de ampliarem seus cultivos e sua renda", orgulhase.

Frutal e Uberaba receberão inversões

Já o investimento de R$ 20 milhões no setor lácteo que será feito pela paranaense MCGrif será dividido, meio a meio, entre as duas unidades: Frutal e Uberaba. A primeira, que já produz e comercializa leite longa vida no mercado paulista, vai contar a partir deste ano também com uma linha de produção de bebida láctea de chocolate. Para isso, serão aportados R$ 10 milhões. "Hoje, produzimos 3,6 milhões de litros de leite por mês. Quando iniciarmos a produção de achocolatado, serão 6 milhões de litros mensalmente", adianta o presidente da empresa, Álvaro Iaccino.

Sobre a planta de Uberaba, ele explica que a unidade está em processo de recuperação judicial. No ano passado a MCGrif adquiriu o negócio da Copervale. Desde então, assumiu as dívidas que somam algo em torno de R$ 30 milhões e
prepara a retomada da produção para abril, com inversões iniciais de R$ 10 milhões.

"Estamos apenas aguardando a conclusão do processo de recuperação. Assim que o juiz homologar daremos início aos aportes. Inclusive, já fechamos uma parceria com o governo da Venezuela para enviar metade do leite produzido na unidade para abastecer as gôndolas de uma rede de supermercados daquele país", revela.

Do total produzido hoje pela empresa, 70% ficam no mercado interno e 30% vão para outros países, como China, Estados Unidos e alguns destinos da Europa. Mas a ideia é inverter essa proporção e ampliar o embarque dos sucos para 80% do produzido pela MCGrif, e parte considerável do leite. "Mas isso será feito no momento certo. Precisaremos de pelo menos 24 meses para alcançar este patamar", conclui.


(*) Com informações do Diário do Comércio - http://www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=mcgrif_vai_investir_r_70_milhoes_em_minas&id=148640

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