sexta-feira, 10 de julho de 2020

Pesquisa do IFNMG gera software para auxiliar poder público a projetar melhores cenários de combate à COVID-19




Uma ferramenta útil para auxiliar as autoridades públicas e de saúde a pensar em ações de combate à COVID-19 a partir de simulações que avaliam os impactos de diferentes cenários em relação ao nível de isolamento social e a combinação dessas possibilidades com o uso de máscaras faciais. Essa é, em linhas gerais, a proposta do software COVID-ABS, que está detalhada no artigo “COVID-ABS: An Agent-Based Model of COVID-19 Epidemic to Simulate Health and Economic Effects of Social Distancing Interventions” (COVID-ABS: Um Modelo da Pandemia COVID-19 Baseado em Agentes para Simulação dos Efeitos Sanitários e Econômicos de Intervenções Sociais de Distanciamento), que acaba de ser publicado na revista internacional Chaos, Solitons & Fractals: An interdisciplinary journal of nonlinear science, da Elsevier.
Os autores do artigo (foto abaixo) são Petrônio Cândido de Lima e Silva, Paulo Vitor do Carmo Batista e Hélder Seixas Lima, professores de Informática do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)-Campus Januária; Marcos Antônio Alves, doutorando da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Frederico Gadelha Guimarães, professor da UFMG; e Rodrigo Pedrosa Silva, professor da Universidade Federal de OuUro Preto (UFOP). Petrônio é também o coordenador geral de desenvolvimento do software e do projeto de pesquisa, financiado pelo Edital nº. 21/2020 do IFNMG – Chamada Interna de Apoio a Projetos de Pesquisa, Inovação e Extensão para o Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública decorrente do Coronavírus (Covid-19), que tem a colaboração da UFMG e UFOP.
No artigo, os pesquisadores apresentam os resultados de simulações computacionais da dinâmica epidemiológica da doença em conjunto com alguns fluxos socioeconômicos, com o propósito de medir a eficácia de algumas políticas de combate à pandemia e respectivos efeitos. Por meio do software COVID-ABS, foram analisados sete diferentes cenários em relação ao distanciamento social da população, com variados efeitos epidemiológicos e econômicos: não fazer nada; lockdown, quando há total isolamento da população por tempo e prazo definidos; lockdown condicional, em que o início e término não são previamente definidos, mas dependem da evolução das taxas de infecção; isolamento vertical, em que apenas as pessoas de grupos de risco, mais suceptíveis à doença, ficam isoladas; isolamento parcial, que atinge apenas uma porcentagem da população; uso de máscaras faciais; e uso de máscaras faciais juntamente com 50% de adesão ao isolamento social.
Resultados: do ideal ao real
Os resultados da pesquisa apontam que a solução mais eficaz para combater o avanço da COVID-19 é o lockdown total, aliado à realização de testes em massa. No entanto, os pesquisadores concluíram que, “na impossibilidade de implementar cenários com bloqueio, que apresentam o menor número de mortes e maior impacto na economia, cenários que combinam o uso de máscaras faciais e isolamento parcial podem ser os mais realistas para a implementação em termos de cooperação social.” Segundo eles, os resultados também indicam que as políticas adotadas por alguns países que optaram por preservar a economia sem lançar mão de severas medidas de isolamento social, a exemplo do Brasil e dos Estados Unidos, foram ineficazes no sentido de preservar vidas e, ainda, acabaram por gerar custos sociais que impactaram negativamente a economia.
Possibilidades de uso
Para além dos cenários analisados, os criadores do COVID-ABS explicam que o software poderá ser usado para projetar novos cenários, levando em consideração as especificidades de cada região a ser estudada. Além disso, o programa será integrado às bibliotecas de otimização, para criação automática de cenários e decisão de vários critérios e ferramentas que possam ajudar os comitês governamentais de crise a planejar e gerenciar as políticas sociais para mitigar os efeitos da COVID-19.
“Nosso software é uma biblioteca de programação, gratuita e de código aberto. Qualquer pessoa com um pouco conhecimento na área já consegue utilizá-la, temos até demonstrações de como fazê-lo”, explica Petrônio. No entanto, para que o programa tenha maior usabilidade e possa ser melhor explorado pelos agentes públicos, no esforço de conter a pandemia e seus impactos, a equipe trabalha, agora, para criar uma interface intuitiva com os usuários. Segundo o professor, esse trabalho deve ser concluído em breve.
Os responsáveis pela pesquisa seguem, ainda, com as providências necessárias para registro do software. O trâmite começa no Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do IFNMG, que encaminha o pedido de registro ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Para mais informações:
Acesse o artigo.
Acesse o site do COVID-ABS.

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