Pela primeira vez na história do país Senador é preso pela Polícia Federal em Brasília
O Senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (25)
Na manhã desta quarta-feira (25) o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo do Senado, foi preso pela Polícia Federal (PF) por estar atrapalhando apurações da Operação Lava Jato. Além de Delcídio, foram presos também o banqueiro André Esteves do Banco BTG Pactual e o chefe do gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira. A prisão de André Esteves está ligada a inquéritos no âmbito da Lava Jato que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). As prisões foram um pedido da Procuradoria-Geral da República e autorizadas pelo STF. O senador foi detido no hotel onde mora em Brasília, o mesmo local onde estava hospedado o pecuarista e empresário José Carlos Bumlai quando foi preso nesta última terça-feira (24). Em seguida Delcídio foi levado para a superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ao chegar no local o senador prestou depoimento e segundo a PF ele irá ficar em uma cela de 20 m² com banheiro, a mesma em que ficou o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda quando foi preso em 2010. As prisões são preventivas, que é quando não há data determinada para terminar. As demais são temporárias, com data de término. Também foram realizadas buscas no gabinete de Delcídio, no Congresso e na casa dele em Campo Grande no Mato Grosso do Sul. Delcídio estava tentando dificultar a delação premiada de Cerveró sobre uma suposta participação do senador em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena nos Estados Unidos. Segundo os investigadores, ele chegou a oferecer fuga a Cerveró, para que o ex-diretor não fizesse a delação premiada, o que reforçou para as autoridades a tentativa do petista de obstruir a Justiça. No pedido de prisão a procuradoria afirma que Delcídio chegou a oferecer R$ 50 mil mensais para Cerveró em troca de o ex-diretor não citar o senador na delação premiada. A Constituição diz que membros do Congresso não poderão ser preso, “salvo em flagrante de crime inafiançável. Neste caso os autos são remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”. O líder do governo foi citado na Lava Jato na delação do lobista conhecido como Fernando Baiano. No depoimento, Baiano disse que Delcídio recebeu US$ 1,5 milhão de dólares de propina pela compra da refinaria. Em outubro, Delcídio havia negado o teor da denúncia de Baiano e informou que a citação a seu nome era “lamentável”. Delcídio também foi citado em outro contrato da Petrobras que trata do aluguel de navios-sonda para a estatal. Segundo Baiano, houve um acordo entre Delcídio, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau, também filiado ao PMDB, para dividir entre si suborno de US$ 6 milhões.
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