sábado, 25 de janeiro de 2014

Protesto contra a Copa do Mundo reúne manifestantes em BH e outras capitais do país

Publicação: 25/01/2014 18:51 Atualização: 25/01/2014 20:30

Manifestantes fecham duas faixas da Av Afonso Pena, no sentido Mangabeiras (Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Manifestantes fecham duas faixas da Av Afonso Pena, no sentido Mangabeiras

Uma manifestação contra a realização da Copa do Mundo no Brasil reuniu cerca de 60 manifestantes no início da noite deste sábado, na Avenida Afonso Pena, na altura da Praça Sete, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O grupo chegou a fechar todas as faixas da via em direção ao Bairro Mangabeiras, mas militares exigiram a liberação parcial do trânsito e veículos transitam agora em apenas uma delas. A pista oposta foi parcialmente bloqueada por uma grande faixa estendida por manifestantes. Os participantes carregavam faixas e tocavam tambores, mas não houveram registros de tumulto. Com o lema “Se não tiver direito, não vai ter Copa”, os protestos são principalmente contra os gastos públicos destinados ao evento organizado pela Federação Internacional de Futebol.

Inicialmente, punks reuniram-se no local e os militares fizeram uma revista geral, apreendendo sprays e garrafas de material inflamável. "Isso pode ser usado como coquetel molotov", justificou o tenente Russo, do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE). Quando outros manifestantes, inclusive com camisas do PSTU, chegaram à Praça Sete, o grupo se dividiu. Os punks ocuparam o "Pirulito", obelisco no cruzamento da Afonso Pena com Amazonas, enquanto os demais permaneceram no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro. Apenas quando o grupo do "Pirulito" resolveu se deitar na Afonso Pena, todos se uniram no mesmo protesto. "Não é apenas contra a Copa. É contra todo o sistema, Estamos fazendo nossa cena", disse o punk Augusto Felipe dos Santos, de 18 anos.

Pelo horário de reduzido movimento, o ato teve pouco reflexo no tráfego e terminou de forma pacífica, já no início da noite. "Reforçamos o policiamento porque havia previsão desse encontro e resolvemos fazer a revista porque esse pessoal (punks) foi o que mais criou problema no ano passado", disse o tenente Russo. "Mas estamos aqui para garantir tanto o direito de se manifestar quanto o do resto das pessoas de ir e vir", completou o oficial.


SP e RJ

Em São Paulo, aproximadamente mil manifestantes fecharam a Avenida Paulista, por volta das 17h30 e fecharam os dois sentidos da via. Os manifestantes fazem uma marcha pela região central da cidade. Segundo a Polícia Militar de SP, mais de 900 policiais acompanham a mobilização.

Uma hora mais tarde, os manifestantes desceram a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, no sentido Centro. Assustados, vários comerciantes fecham as portas quando a multidão se aproximava. Segundo a Polícia Militar, um efetivo de dois mil homens está na área de prontidão. Por volta das 20h, um grupo de "black blocs" tentou, sem sucesso, virar uma viatura da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo na Avenida Paulista. Um fusca que estava estacionado próximo ao local foi incendiado.

Mais de mil manifestam na Avenida Paulista no fim da tarde deste sábado  (AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL)
Mais de mil manifestam na Avenida Paulista no fim da tarde deste sábado

A manifestação "Não Vai Ter Copa" também reuniu 50 manifestantes, em Sorocaba, interior paulista. O grupo, composto na maioria por integrantes do movimento Anonymous, se concentrou na Praça da Bandeira e saiu em marcha pelas ruas. Com cartazes pedindo que o dinheiro da Copa fosse aplicado na saúde, o grupo caminhou pela avenida Afonso Vergueiro, bloqueando parcialmente a passagem dos veículos. Motoristas que protestaram foram xingados pelos manifestantes.

Os manifestantes não quiseram falar com a imprensa - alguns usavam máscaras, outros tinham o rosto parcialmente coberto. Viaturas da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal acompanharam a manifestação. Até as 19 horas, nenhum incidente havia sido registrado.

A concentração do protesto no Rio aconteceu em frente ao Copacabana Palace  (AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON )
A concentração do protesto no Rio aconteceu em frente ao Copacabana Palace


No Rio de Janeiro, mais de 300 pessoas se concentram por volta das 18h15, em Copacabana Palace, na Zona Sul da cidade. Apesar da presença de "black blocs", o protesto iniciou de forma pacífica. A manifestação, batizada de "Não Vai Ter Copa", é pacífica até o momento. Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra a realização do evento promovido pela Fifa.

Parte dos manifestantes distribuiu panfletos para as pessoas que caminhavam na orla e recolheu assinaturas para um abaixo-assinado contra o Mundial. Há black blocs no local, mas em pequena quantidade. O manifestante que ficou famoso por se fantasiar de Batman também participa do protesto, assim como o que imita o Coringa, um dos inimigos do super-herói.

Equipes da PM da cidade estão na área e até agora não houve problemas. A PM conta com o apoio de um helicóptero, que está sobrevoando a praia de Copacabana, bastante cheia devido ao sábado ensolarado. Grades de ferro foram colocadas na frente do hotel, que espalhou seguranças pela calçada.

Outras capitais

No Recife, cerca de 50 manifestantes se reúnem diante o relógio que faz a contagem regressiva para a Copa do Mundo. Eles ameaçam quebrar o equipamento e aguardam a chegada de outras pessoas para o protesto. Os manifestantes percorreram um trajeto de cerca de três quilômetros, partindo da Avenida 13 de Maio até a Avenida Agamenon Magalhães, uma das mais movimentadas da cidade. Não há adesão da população, que reclama que os participantes estão atrapalhando a passagem dos carros e causando lentidão no trânsito. Não houve conflitos com a polícia, que acompanha o protesto pacificamente.

Em coro, os manifestantes entoavam: "Não vai ter Copa", "Ei Dudu (Eduardo Campos), vai tomar no..." e "O poder do povo vai fazer um mundo novo". A frase "A Copa mata, desabriga e violenta o povo" pode ser lida nos cartazes. Até o momento, a polícia acompanha o ato sem violência. Os policiais revistaram alguns manifestantes e recolheram dois canos, que seriam utilizados para erguer faixas de protestos. Eles dizem que é preciso alertar a população sobre a injustiça de direcionar dinheiro para a Copa e não para educação ou saúde. Os participantes se identificam apenas por apelidos. "Para a gente não se expor", justificou um deles.

Em Brasília, cerca de 50 pessoas se organizaram em frente a um shopping, na região central da capital federal, para protestar contra o evento mundial. Em seguida, o grupo cruzou a via W3 e seguiu até o shopping Pátio Brasil. Não houve tentativa de invasão dos estabelecimentos e os manifestantes foram acompanhados por todo o percurso pela Polícia Militar. Depois de percorrerem mais uma vez a via W3, os manifestantes desceram rumo à rodoviária e, por volta das 20 horas, encerraram o ato. O protesto terminou por volta das 20h30 e foi marcado pela baixa adesão. Em Goiás, o protesto ocorreu durante a manhã e reuniu aproximadamente 100 pessoas no centro de Goiânia.

Apesar de haver mais de 2 mil confirmações no Facebook, a manifestação convocada pelo grupo Anonymous neste sábado, em Poroto Alegre reuniu cerca de 50 pessoas. Os manifestantes esperaram das 17h até as 19h na frente da Prefeitura Municipal e resolveram dispersar depois de gritarem algumas palavras de ordem contra a realização da Copa do Mundo.

Vestidos de preto, com máscaras , alguns tocando tambores, os integrantes do grupo não conseguiram sensibilizar os gaúchos que passavam e olhavam desconfiados para a manifestação, menor do que a aglomeração popular em torno de um cantor gospel que acontecia há pouco mais de 50 metros, no Largo Glênio Peres.

Manifestantes invadiram ainda um shopping em Vila Velha, no Espírito Santo, e ocuparam a rua de acesso à praia. A manifestação tem poucos adeptos. Mais cedo, poucos estavam presentes no posto de gasolina marcado como local de encontro. Viaturas policiais e cavalaria faziam ronda no local que dá acesso à Terceira Ponte, principal ligação entre Vitória e Vila Velha, município mais populoso do Estado.

Com agências, Diário de Pernambuco e Correio Braziliense

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