domingo, 30 de dezembro de 2018

NO MÊS EM QUE COMPLETA 70 ANOS, JANAÚBA “PERDE” O SEU AEROPORTO MUNICIPAL: PISTA ESTÁ FECHADA POR 7 MESES



  • Município não apresentou plano básico de zona de proteção no aeroporto inaugurado há 28 anos e controlado pela prefeitura
  • Decolagem e aterrissagem de aviões estão impedidas no aeroporto de Janaúba, a segunda maior cidade do Norte de Minas 
  • Piloto sugere que além da liberação para funcionamento, aeroporto de Janaúba tenha balizamento para receber aviões à noite
JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – Há quase três décadas, em 1990, esta cidade ganhava o seu aeroporto pavimentado, na região do Jacarezinho. Passados 28 anos, esse espaço para descida e decolagem de aviões não opera à noite por não possuir permissão. Para piorar a situação, a movimentação de aeronaves no aeroporto municipal Mário Sena Braga está comprometida diante de uma decisão drástica no final de novembro passado.
Desde o dia 7 de dezembro o aeroporto de Janaúba está fechado. A medida, numa espécie de punição, tem vigência por sete meses. Conforme o Diretório de Aeródromos (Rotaer), Janaúba literalmente ficará sem o aeroporto até o dia 04 de junho de 2019. Isso ocorre devido não ter apresentado o plano básico de zona de proteção. O aeroporto Janaúba é, segundo informações aeronáuticas do Brasil, controlado pela prefeitura.
Foto Oliveira Júnior
Aviões em movimentação para decolagem do aeroporto municipal de Janaúba: essa cena está proibida por sete meses, desde a primeira semana de dezembro de 2018.

Com uma pista de 1.500 metros (um quilômetro e meio) de comprimento por 30 metros de largura, o aeroporto municipal fica, com a punição, impedido de ter movimentação de aterrissagem e decolagem de aeronaves. Uma triste realidade para Janaúba que nesta quinta-feira, 27 de dezembro, completará 70 anos de emancipação.
O piloto Gleison Silva entrou em contato com o site do jornalista Oliveira Júnior e lamentou a situação pela qual o aeroporto desta cidade passa e entende que é preciso que providência seja tomada o quanto mais breve possível para evitar perdas em vários aspectos para o município. Segundo ele, a pista do aeroporto local é ótima, mas falta adequar às normas estabelecidas há 5 anos pela Agência Nacional de Avião Civil (Anac). “Tenho utilizado o aeroporto de Janaúba várias vezes e sei da sua importância no aspecto macroeconômico”, comentou Gleison Silva que é de Belo Horizonte e presta serviço para investidores com propriedades em Janaúba e na região da Serra Geral de Minas.
Outros pilotos, sendo de Janaúba, também estão indignados com a interdição do aeroporto janaubense. Mesmo preferindo não citarem os seus nomes, eles consideram que a medida causa prejuízos e transtornos para o município. Gleison Silva sugere que além de buscar a regularização e liberação do aeroporto municipal, o ideal é que haja um esforço para o balizamento e iluminação objetivando que aeronaves possam pousar e descolar no período noturno.
Foto Oliveira Júnior
Construído há 28 anos, aeroporto mantido pela Prefeitura de Janaúba está literalmente lacrado e não pode receber aviões.

O aeródromo ou aeroporto de Janaúba fica fechado entre os dias 7 de dezembro de 2018 até às 23h05 do dia 4 de junho de 2019. O objetivo é garantir a segurança e incentivar administradores a tomarem as providências cabíveis. Caso ocorra a movimentação de aeronaves no aeroporto desta cidade durante a interdição o piloto poderá perder a carteira, o avião ser impedido de voar e ainda a aplicação de multas.
A decisão em fechar o aeroporto de Janaúba por sete meses afeta a cidade e região. Mesmo com as deficiências, a pista tem movimentação considerável por intermédio de aeronaves menores de investidores de Janaúba, assim como de aeronaves governamentais, de empresários e táxi aéreo. Até o fim dos anos 80, os aviões de pequeno porte, a maioria táxi aéreo, desciam no campo de pouso onde hoje se encontram edificados o Hospital Regional, o Caic (onde funciona provisoriamente os cursos da UFVJM) e o presídio de Janaúba, no bairro Veredas.
O aeroporto municipal de Janaúba foi construído na gestão do prefeito Aldimar (Dimas) Rodrigues (1989 a 1992) e do governador Newton Cardoso e no mandato do deputado estadual Adelino Pereira Dias. 

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