Pai afirma que prefeitura cortou ajuda
para tratamento da filha (Foto: Valdivan Veloso/G1)
Valdivan VelosoDo G1 Grande Minas
Agonia e desespero. É o que passa o mecânico Lucélio Lopes de Oliveira em Porteirinha, Norte de Minas Gerais. Toda angústia é por causa do sofrimento enfrentado para cuidar da filha Luara Larissa, de 11 meses. Ela nasceu com múltiplos problemas de saúde e má formação craniofacial, que requer atenção especial com medicamentos e alimentação.
De acordo com o pai, a família possui baixa renda e não consegue manter todos os gastos necessários para o tratamento da filha. “Ela precisa de um leite especial, indicado pelos médicos, mas não temos condições de comprar. Por isso, estamos dando leite normal. Isso é um risco para ela”, lamenta.
A criança necessita de 240 frascos de leite por mês, segundo a prescrição médica, para manter a dieta hipercalórica. O preço médio do leite receitado é de R$ 12, o que dificulta ainda mais a situação da família. “De julho até dezembro, conseguimos com a prefeitura apenas 146 frascos, sendo que 14 venceram antes da data de consumo”, explica o mecânico.
Lucélio afirma ainda que Luara precisa realizar vários exames e consultas que não são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde em Porteirinha. Assim, precisa viajar à Montes Claros ou até mesmo em Bauru (SP), sem a ajuda do Tratamento Fora Domicílio (TFD). “É lei. Eles estão negando um direito da minha filha e não sei o porquê. Isso é humilhante”, afirma.
Em nota, a prefeitura de Porteirinha afirma que tem contribuído para o tratamento de saúde de Luara Larissa. Segundo a nota, a Secretaria Municipal de Saúde prestou auxílio TFD para a família todas as vezes que ela procurou o órgão para custear viagens.
A nota diz ainda que a empresa fornecedora do leite especial orientou que a família solicitasse aos médicos um novo tipo de leite, que também seja adequado à paciente, já que o receitado “não está sendo encontrado no mercado”. De acordo com a ecretaria, o pai ficou responsável por repassar nova prescrição ao órgão.
'Dor sem fim'
O mecânico diz ainda que enfrenta outro problema durante o tratamento da filha; o preconceito. Ele afirma que a rotina de exames e consultas sempre é marcada por olhares e perguntas a respeito da fisionomia da criança.
“As vezes olham demonstrando estranhá-la ou até mesmo com dizeres que machucam muito. Para a gente que é pai, é uma dor sem fim”, diz emocionado.
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