quarta-feira, 15 de abril de 2020

Policial penal é infectado e 50 servidores da penitenciária de Unaí, MG, fazem testes para coronavírus


Policial penal trabalha em MG e mora em Brasília, ele relatou que chegou a sentir uma dor muscular leve. Agente permanece em isolamento e não apresenta mais sintomas. A esposa dele, que é policial na Papuda, também foi infectada pelo novo coronavírus.

A assessoria de comunicação da Prefeitura de Unaí (MG) informou que 50 servidores da Penitenciária Agostinho de Oliveira Júnior fizeram exames para a Covid-19 após um policial penal ser infectado pela doença. Os testes foram destinados às pessoas que tiveram contato direto com o agente. O material foi coletado nesta terça-feira (14) e será submetido à análise da Fundação Ezequiel Dias.
Ainda de acordo com as informações da Prefeitura, o policial trabalha em MG e mora em Brasília (DF). Ele relatou que apresentou uma dor muscular leve, permanece em isolamento e não apresenta mais sintomas. A esposa dele, que é agente no Complexo Penitenciário da Papuda, também foi infectada pelo novo coronavírus. Como o policial mora no DF, o caso não deve ser contabilizado em Unaí.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o policial penal está afastado da Penitenciária Agostinho de Oliveira Júnior desde 10 de abril. Nenhum preso ou servidor da unidade apresentou sintomas da doença. Eles estão sendo monitorados desde então.

Sindicato quer testes para todos

O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de Minas Gerais (Sindasp-MG) solicitou a testagem para todos os servidores da 16ª Região Integrada de Segurança Pública.
“A medida visa assegurar a saúde destes servidores e evitar que o coronavírus chegue ao Sistema Prisional mineiro, como já está acontecendo no Complexo da Papuda, com 20 Policiais Penais e 23 detentos infectados, segundo boletim da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe-DF) divulgado nesta segunda-feira”, afirma nota divulgada pelo Sindasp-MG no site.
A nota do sindicato que representa os agentes de segurança ainda destacou que acionou o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e protocolou documento para a realização dos testes, que devem direcionados aos policiais e aos servidores administrativos.
“Assim como o Policial Penal da PAOJ infectado, devido à proximidade geográfica, muitos servidores prisionais desta região moram em Brasília ou têm contato diário com pessoas do DF. Para evitar a disseminação do vírus no Sistema Prisional da região, é de extrema necessidade a testagem e afastamento imediato de servidores infectados, se houver.”

Governo de Minas adota cinco frentes de atuação

Para evitar a disseminação do vírus por meio de contato com o público externo: as visitas foram suspensas, para evitar a circulação de pessoas externas, assim como a entrega, até então opcional, de kits suplementares contendo alimentos, remédios entre outros itens, para evitar a circulação de materiais contaminados. Destaca-se que esses itens continuam sendo fornecidos pelas unidades prisionais.
Evitar a contaminação por novos presos: foram criadas 30 unidades de referência, distribuídas em todo o território mineiro, que vão funcionar como centros de triagem e portas de entrada para novos detentos do sistema prisional. Todas as pessoas que forem presas em Minas Gerais irão para uma unidade específica em cada região e ficarão por um período de 15 dias, em quarentena e observação, evitando possível contágio caso fossem encaminhados de imediato para outras unidades. Após a observação e atestada a sua saúde, serão encaminhadas a novas unidades prisionais.
Cuidados com quem já está preso: no caso de presos que já se encontram no sistema prisional, caso apresentem sintomas da Covid-19, o protocolo é o seguinte: isolamento imediato, realização de exames e, em caso de confirmação, tratamento em hospital, com escolta do sistema prisional.
Evitar o contágio via profissionais de segurança: As escalas de trabalho estão sendo dilatadas, de forma a diminuir a circulação desses profissionais intra e extramuros e equipamentos de EPI estão sendo distribuídos nas estruturas prisionais.
Evitar sobrecarga no sistema de saúde tradicional: duas áreas do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana, foram reformadas e serão transformadas em um Centro de Referência em Saúde no Combate ao Coronavírus. A medida é de prevenção e objetiva deixar um espaço específico em condições de uso para atendimento de 25 presos que possam ser contaminados com o coronavírus, evitando sobrecarga no sistema de saúde tradicional.

Por Michelly Oda, G1 Grande Minas

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