sábado, 25 de abril de 2020

Montes Claros - MG. Polícia Civil conclui inquérito e indicia mãe por morte de filho de 2 anos; avó e pai responderão por omissão de socorro



Mãe alegou que o filho se feriu ao cair de um banco de 45 centímetros. Justificativa que, segundo a Polícia Civil, não é compatível com as lesões identificadas na necrópsia. Caso ocorreu em Montes Claros.

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava a morte de um menino de dois anos em Montes Claros (MG). A mãe foi indiciada por homicídio triplamente qualificado. O pai e a avó também responderão, com base no artigo 135 do Código Penal, por deixar de prestar assistência à criança. Os três moravam com o garoto em uma casa no Bairro Renascença.

O delegado Bruno Rezende pediu ainda a conversão da prisão temporária da mãe em preventiva. A mulher permanece detida desde o dia 13 de abril. Ela alegou que o filho se feriu ao cair de um banco de 45 centímetros. Justificativa que, segundo a Polícia Civil, não é compatível com as lesões identificadas na necrópsia.

“Mesmo trabalhando com isso há muito tempo, toda a equipe ficou muito sensibilizada com o caso, é uma situação que nos choca. A gente não espera esse comportamento de uma mãe. Mãe é cuidado, é proteção, é amor, é carinho”, destacou Bruno Rezende.
O laudo apontou que a criança morreu em decorrência de “choque distributivo, consequente a perfuração do intestinal, devido a traumatismo abdominal por instrumento contundente”. Rezende explica que a perfuração do intestino pode ter sido causada, por exemplo, por murros, chutes e socos.


Mãe é presa suspeita de morte de filho de 2 anos; 'mesmo diante de tanto sofrimento, era punido por chorar de dor', diz delegado

“Em razão das agressões recorrentes, o menino apresentou febre, inchaço, dificuldades para se alimentar e evacuar. Mesmo diante de tanto sofrimento, era punido por chorar de dor", disse o delegado o dia da prisão da mulher.

Agressões constantes
Testemunhas disseram à Polícia Civil que a mãe agredia o filho em qualquer lugar, inclusive, na rua. Antes de morrer, o menino sofreu por três dias.

Com a piora do quadro clínico, a família foi orientada a levar, com urgência, a criança para atendimento médico, entretanto, só acionaram o Samu 24 horas depois, diminuindo a expectativa de sobrevivência da vítima."

Inicialmente, o menino foi para o Hospital Universitário, mas precisou ser transferido para a Santa Casa em função do grave quadro de saúde. Ele sofreu por três dias e morreu no dia 20 de fevereiro. As duas unidades de saúde e o Conselho Tutelar fizeram relatórios que foram anexados à investigação.

A Polícia Civil suspeita, com base nas provas levantadas, que a mulher batia no menino ao ser desagradada pelo companheiro, pai da criança.

“Temos informações que após o sepultamento do filho, a investigada foi para um bar beber. Ela teve que se mudar e alugou uma casa para morar, já que nenhum familiar a aceitava. Antes do óbito, testemunhas presenciaram ela dizer que a criança deveria morrer”, falou Bruno Rezende.

Por Michelly Oda, G1 Grande Minas


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