24 DE MARÇO DE 2020 - 11:12 #Covid-19 #Quarentena #Saudece #SaúdeMental
Assessoria de Comunicação do HSM
Repórter: Milena Fernades
Arte gráfica: Rodrigo Costa
O momento pede que todos fiquem em casa, visto que o isolamento social tem sido a principal arma contra a proliferação coronavírus (Covid-19). Entretanto, o período de quarentena não é nada confortável. Afinal, a sociedade precisa lidar com o distanciamento de entes queridos, a restrição do direito de ir e vir e as incertezas que rondam a doença.
Esta realidade impacta, direta ou indiretamente, a saúde mental da população. Pensando nisso, especialistas do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), do Governo do Ceará, dão dicas de como passar por esse período sem comprometer o emocional.
A psicóloga Ana Carla Castro, do Núcleo de Estudos em Esquizofrenia do HSM, explica que é necessário ficar atento para que os impactos negativos relacionados à quarentena não tragam consequências à saúde. Estresse agudo, humor deprimido, irritabilidade, sono desregulado, exaustão emocional, nervosismo, medo, raiva, ansiedade e preocupação com perdas financeiras estão entre os problemas que podem surgir no período.
A especialista em saúde mental orienta como as pessoas devem agir para evitar desequilíbrios emocionais. “Cobrar-se para ser produtivo nesse momento de quarentena não é potente, pois é normal nos sentirmos paralisados. Estamos vivenciando uma situação atípica, estressora e preocupante. Ater-se a atividades que se gosta de fazer é uma saída muito mais viável. Aos poucos, podemos ir estabelecendo uma rotina e colocar obrigações no planejamento. Autocobrança só dificulta tudo. Não exija de você resolver todos os problemas porque tem tempo para isso ou precisa fazer. Vá no seu tempo, não tem problema ir devagar”.
Manter a tranquilidade em casa é o exercício de internalizar que, apesar de estarmos em um momento delicado, é preciso calma. Precisamos ter responsabilidade social, confiar nas autoridades competentes e nos profissionais de saúde. “Exercite estar com sua família e amigos, mesmo que distante. Use a tecnologia e esteja próximo de quem você ama da maneira que for possível. Precisamos esperar fazendo a nossa parte. Exercite a solidariedade, ajudando os mais frágeis e os idosos, que fazem parte do grupo de risco”, orienta Ana Carla.
Acompanhamento
De acordo com a psicóloga, é provável que pessoas com problemas de saúde mental pré-existentes precisem de apoio extra durante a quarentena. “Se você, algum familiar ou amigo está em tratamento, não interrompa. Veja com os profissionais que te atendem a melhor forma de manejo nesse momento. Temos que agir de forma preventiva no que tange nossa saúde mental”, afirma.
O médico psiquiatra do HSM, David Martins, também enfatiza que é essencial não interromper os tratamentos psicológicos ou psiquiátricos. Ele alerta que as trocas de medicamentos não são recomendadas agora. Para a população em geral, o especialista indica filtrar as informações, pois muitas notícias são falsas e podem causar mal-estar emocional.
“Cuidado também com o tempo de exposição às informações. O ideal é escolher um ou dois telejornais. Não passe o dia todo nas redes sociais, pois o turbilhão de informações atrapalha. Tente assistir um filme inteiro sem consultar seu celular. Nossa mente precisa descansar”, pontua.
O psiquiatra também sugere que, durante a quarentena, as pessoas ocupem o tempo com atividades produtivas, como organizar armários e arquivos do computador, praticar exercícios físicos, meditar, manter uma alimentação saudável, realizar planejamento financeiro, entre outras ações.
“Para quem tem filhos, é muito importante brincar com as crianças. Já para quem mora sozinho ou não tem filhos, uma boa dica é resgatar hobbies antigos”, ressalta o médico.
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