Grande parte dos alunos dos cursos presenciais do IFNMG demonstra interesse em realizar atividades letivas remotas, mediadas por tecnologias digitais, durante o período de distanciamento social. Entretanto, as condições de acesso dos estudantes à internet e a essas tecnologias, bem como conjunturas socioeconômicas, necessidades, dificuldades, (des)motivação e influência do ambiente domiciliar evidenciam-se como fatores determinantes que devem ser levados em conta ao se considerar a continuidade e a efetividade dos estudos neste momento de exceção.
Esses são, em linhas gerais, alguns dos resultados apontados no relatório sobre a pesquisa “Condições e expectativas dos discentes do IFNMG frente aos estudos remotos ou a distância durante o período de distanciamento social ocasionado pela pandemia da covid-19”, divulgado esta semana. O documento “circunda sobre as possibilidades dos estudantes quanto à disponibilidade e às condições técnicas, sociais, familiares e psicológicas para darem continuidade (ainda que temporariamente) aos seus estudos na forma não presencial”.
A pesquisa, realizada por uma comissão integrada por servidores, é uma das ferramentas que vai subsidiar as decisões dos campi do IFNMG na busca de mecanismos para a retomada dos calendários letivos dos cursos presenciais, que estão suspensos desde o último mês de março. A substituição das aulas presenciais por aulas ministradas remotamente por meios digitais ou na modalidade a distância foram autorizadas, em caráter excepcional, pelo Ministério da Educação, a partir de 18/03, mas ainda não foi adotada pelo Instituto.
A pesquisa
Participaram da pesquisa 7.201 alunos de cursos presenciais de todos os campi, o que corresponde a 71,2% do total de estudantes matriculados em cursos técnicos das modalidades concomitante, subsequente e integrado ao ensino médio, superiores e de pós-graduação stricto sensu (mestrado). Eles responderam voluntariamente a consulta, que ficou disponível online, pelo Sistema Acadêmico do IFNMG (Cajuí), entre os dias 28/04 e 18/05.
Os participantes responderam questionários para avaliar quatro aspectos envolvidos na problemática da pesquisa, a começar por suas expectativas em relação aos estudos no período de distanciamento social. Eles foram questionados, por exemplo, se gostariam que o IFNMG ofertasse estudos a distância neste período, se teriam dificuldades para realizar os estudos dessa forma e se o ambiente de suas casas permitiria a concentração necessária para tal.
Os alunos também foram convidados a responder perguntas sobre as condições de uso de tecnologias digitais de informação e comunicação, para que fosse verificada a efetividade de oferta de aulas não presenciais. Questionamentos sobre acesso à internet (incluindo qualidade, estabilidade e velocidade da conexão) e a equipamentos, como smartphones, tablets, notebooks/computadores e impressoras, foram feitos nesta fase da pesquisa.
As habilidades dos estudantes com aplicativos de comunicação, compartilhamento e videoconferência, ferramentas usualmente empregadas para as aulas a distância, também foram questionadas. Eles tiveram que indicar o nível de conhecimento e a habilidade na utilização do Google Drive, Google Classroom, Whatsapp, Hangouts Meets, Zoom, Skype e lives (no Instagram e no Youtube).
Por fim, os alunos responderam o questionário sociodemográfico, que foi incluído na pesquisa para permitir que se conhecesse e caracterizasse a amostra, ou seja, os alunos que efetivamente participaram da consulta. Esse questionário complementar levou aos respondentes questões como gênero, idade, zona habitacional (rural ou urbana) , campus, curso, participação em políticas sociais, ocorrência de suspeitas ou confirmações de casos de covid-19 com o próprio estudante ou familiares.
Análise dos dados
As respostas dos mais de sete mil alunos do IFNMG foram trabalhadas pelos servidores responsáveis pela pesquisa, por meio de cruzamento de informações, comparações de resultados entre os campi e cálculos matemáticos e estatísticos, e depois analisadas. Os principais dados e análises referentes ao Instituto, de forma geral (leia abaixo), e a cada campus estão destacados no relatório. Mas a comissão responsável reconhece que o trabalho de análise deve ir além, como o próprio documento enfatiza: “sugere-se que os dados coletados nesta pesquisa sejam continuamente e exaustivamente analisados complementarmente pelos gestores do IFNMG, visando identificar detalhes ou informações adicionais que porventura tenham sido omitidos ou não aprofundados adequadamente”.
Agora cada campus poderá apropriar-se dos dados referentes a seus alunos para analisar sua realidade específica e subsidiar decisões a respeito de retomada das atividades. “O documento é bem amplo e vai dar margem para o próprio campus fazer outras análises e obter outros”, explica o diretor de Ensino do IFNMG, Wallas Siqueira Jardim, um dos responsáveis pela pesquisa. Os campi poderão, também, fazer consultas complementares junto a seus alunos, o que, segundo Wallas, já vendo sendo feito por alguns.
Também integraram a equipe responsável pela pesquisa os servidores Geraldo Lopes Junior, Gustavo Henrique Silva de Souza, Helane Patrícia Ramires, Rômulo Silveira Ramos, Veranilda Lopes Moura Fernandes, Wânia Silvinha Loiola de Oliveira e Yuri Bento Marques.
Para mais informações, consulte o relatório com os resultados da pesquisa.
Alguns dados destacados
Entre os principais dados destacados no relatório, em relação ao total de participantes da pesquisa, estão:
- 20,3% dos respondentes estão residindo na zona rural durante o período de distanciamento social;
- 50,3% dos respondentes estão matriculados nos cursos superiores presenciais;
- 84,3% dos respondentes não possuem nenhum tipo de remuneração e 22,9% alegam receber algum tipo de benefício assistencial;
- 4,8% dos respondentes necessitam de atendimento psicológico;
- 45% dos respondentes possuem algum tipo de dificuldade com relação à conexão, seja com relação à disponibilidade ou limitação de dados;
- 3% dos respondentes não possuem smartphone ou tablet em casa;
- 25,7% dos respondentes não possuem computador ou notebook em casa;
- 6,4% dos respondentes alegam não ter condições de cursar qualquer disciplina, enquanto 46,6% alegam ter condições de cursar todas as disciplinas na modalidade a distância ou de forma, remota mediadas por tecnologias;
- 54,9% dos respondentes gostariam que o IFNMG ofertasse disciplinas a distância ou de forma remota, mediadas por tecnologias durante o período de distanciamento social, 52,1% alegam ter disposição para a continuidade das aulas por meio de educação a distância e 77,1% gostariam de ter acesso fácil e rápido aos professores para tirar dúvidas.
- 50,3% dos respondentes estão matriculados nos cursos superiores presenciais;
- 84,3% dos respondentes não possuem nenhum tipo de remuneração e 22,9% alegam receber algum tipo de benefício assistencial;
- 4,8% dos respondentes necessitam de atendimento psicológico;
- 45% dos respondentes possuem algum tipo de dificuldade com relação à conexão, seja com relação à disponibilidade ou limitação de dados;
- 3% dos respondentes não possuem smartphone ou tablet em casa;
- 25,7% dos respondentes não possuem computador ou notebook em casa;
- 6,4% dos respondentes alegam não ter condições de cursar qualquer disciplina, enquanto 46,6% alegam ter condições de cursar todas as disciplinas na modalidade a distância ou de forma, remota mediadas por tecnologias;
- 54,9% dos respondentes gostariam que o IFNMG ofertasse disciplinas a distância ou de forma remota, mediadas por tecnologias durante o período de distanciamento social, 52,1% alegam ter disposição para a continuidade das aulas por meio de educação a distância e 77,1% gostariam de ter acesso fácil e rápido aos professores para tirar dúvidas.
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