Desde que voltou à TV no comercial do site Bom Negócio.com, no qual aparece repetindo bordões como “sabe de nada, inocente”, “ordinária” e “"danada”, Compadre Washington revive a fama dos tempos áureos do grupo É o Tchan. Ele começou a ser parado nas ruas, com pedidos dos fãs para fazer um vídeo repetindo o texto veiculado no comercial.
— Cheguei à s 8h da manhã para gravar, e me botaram na guilhotina. Falaram para eu ficar à vontade e sair falando. Aí, do nada, eu disse: “Sabe de uma coisa inocente, eu estou é com fome”, e me pediram “vai falando, mais em cima de inocente” . Os caras da agência tiveram uma sacada muito boa. E agora “Sabe de nada, inocente” é o bordão do Brasil! — vibra ele, que teve seu nome sugerido para participar da propaganda numa pesquisa interna com funcionários da loja virtual: —- Pelo que fiquei sabendo, eles precisavam indicar um nome que tivesse a cara do produto, e meu nome foi uma unanimidade, negócio de 90%.
Compadre Washington, agora, espera capitalizar o sucesso nas ruas em shows. No ano passado, gravou um DVD de 20 anos do É o tchan, com Beto Jamaica e novas dançarinas.
— A gente vem fazendo uns oito shows por mês, espero que esse boom possa fazer a gente voltar aos programas de televisão — explica ele, que há três anos retornou ao grupo com Beto, depois de ter vivido um período sabático: — Em 2002, quando eu saí do É Tchan, foi para descansar. Estava saturado de tanto trabalhar e não adianta ganhar dinheiro e não poder usufruir. Fui pescar, passear com meus filhos.
Convencido por Beto Jamaica, Compadre resolveu ressuscitar a marca.
— O nome do É Tchan é muito forte. As pessoas até hoje cantam nossas músicas. E voltamos com humildade. A gente não precisa chegar ao topo novamente, a gente só precisa tirar o dinheiro para pagar as pensões dos filhos.
E o cantor que o diga. Pai de 10 crianças com seis mulheres diferentes, aos 52 anos "bem vividos", Compadre diz que ainda não fechou sua fábrica.
- Sou um rapaz solteiro. Se aparecer alguma pessoa que me interesse, que queira envelhecer comigo, porque eu já estou na idade de segurar meu tchan, lógico que terei outros filhos. Mas não como o Catra (pai de 25 herdeiros), que faz oito shows numa noite. O meu cachê é menor (risos).
Compadre Washington não foge da raia quando o assunto é sua fama de mulherengo. Ao ser perguntado sobre se ficou com alguma dançarina do grupo, ele não segura a língua:
— Peguei mesmo. Peguei a Scheila Carvalho por quatro anos. E agora, ela fica dizendo que fui uma coisa ruim na vida dela. Se fosse bom, então, ela ficava dez — entrega.
A ex-dançarina se uniu à colega Sheila Mello para fazer apresentações pelo Brasil revivendo os tempos em que se apresentava com o grupo. Mas ele não imagina um reencontro no palco.
— Não tem clima pesado. Elas falaram que não haveria clima porque agora são mães de família. Mas agora estão dançando por aí. O dinheiro deve estar faltando — detona.
Compadre, no entanto, garante que não foi a falta de dinheiro que o fez retomar o grupo.
— Curti a vida com moderação. Dinheiro vai fácil, e para voltar é difícil. Graças a Deus não gastei tudo. A gente passa por dificuldades, dá um jeito. Tem que pagar as pensões. Às vezes, passa um mês devendo, e paga duas no mês seguinte. Mas a Justiça não quer saber, quem pariu Mateus que o balance.
Visionário, ele já tratou de gravar uma música com o nome de "Sabe de nada inocente".
— Recebemos várias letras, e gravamos a que mais tinha a ver com o o grupo. A que fala para o cara que a mulher dele saiu de casa, com cara de triste, e voltou toda sorridente — diverte-se ele, que também espera atrair público às apresentações: — O show não lota. Hoje em dia é dificil, tem muita concorrência. Mas é um recomeço.
No Rio de Janeiro, as duas últimas apresentações do grupo foram na festa GLS "Chá da Alice”. E ele se divertiu com o público.
— Foi muito bom poder ver a rapaziada se liberar. Nos anos 90, o povo era meio preso. E agora isso acabou, cada um se diverte e é feliz como quiser — compara.
Compadre ainda comemora o carinho que recebe das bandas que trilharam o caminho aberto pelo É o Tchan na Bahia naquele período.
— Os caras da nova geração têm respeito pela gente. Márcio Vitor (do Psirico) é como se fosse um sobrinho meu, me chama de tio. Léo Santana, do Parangolê, tirou uma foto com a gente nos chamando de ícones do pagode. Eles respeitam os velhinhos.
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