Talvez você ainda não conheça a fabricante Blu, mas é inegável que a sua presença no mercado brasileiro começa a ser notada aos poucos pelos concorrentes. Aqui no Tecmundo não é raro recebermos pedidos de análise de alguns dos aparelhos da empresa (e os modelos Blu Life Pure e Blu Life Play já estão sendo testados pela nossa equipe).
Porém, diante das empresas mais conhecidas, alguns ainda olham com desconfiança para os seus produtos, justamente pela falta de informações sobre eles. Nós conversamos por telefone com o CEO da companhia, o brasileiro Samuel Ohev-Zion, que nos falou sobre a empresa que foi fundada em Miami e também sobre os planos da Blu para conquistar o mercado brasileiro.
Uma longa experiência de mercado
Embora tenha lançado os seus primeiros celulares somente em 2009, a equipe da Blu já está no mercado de aparelhos telefônicos há quase duas décadas. Fundada em Miami, a companhia inicialmente trabalhava com a exportação de produtos para a América Latina. Celulares de marcas conhecidas como Nokia, Motorola e Sony Ericsson chegavam ao país por intermédio da empresa.
Em 2009, já conhecendo a fundo os canais de distribuição, a empresa decidiu investir em uma linha própria de produtos e assim nasceram os primeiros aparelhos da Blu. O crescimento, desde então, tem sido bastante expressivo.
(Fonte da imagem: Divulgação/Blu Products)
No primeiro ano de existência a empresa comercializou um total de 90 mil aparelhos. No ano seguinte, esse número saltou para 700 mil unidades. Em 2011, a Blu entregou ao mercado outros 2,1 milhões de smartphones e celulares. Em 2012, novo crescimento: agora para 4,2 milhões de unidades.
No ano passado, a Blu chegou à marca de 8 milhões de produtos entregues e, para este ano, a expectativa é comercializar entre 12 e 15 milhões de unidades. Os números incluem o mercado norte-americano e os países da América Latina, em especial o Brasil e o México, seus principais mercados.
Crescimento com investimento no produto
Você pode se perguntar por que vê pouca propaganda dos produtos da Blu por aí. Obviamente, além de estarmos falando de uma companhia de menor porte – hoje são 300 funcionários – se comparada com os principais nomes do mercado, essa estratégia é parte da filosofia da Blu, como explica o CEO da companhia.
Smartphone Blu Life Pure. (Fonte da imagem: Tecmundo)
“Nossos investimentos são focados no desenvolvimento do produto. O desenho de cada aparelho é feito por uma house (agência interna de design), o que garante que entreguemos um resultado final de qualidade e seguindo a proposta que pretendemos passar”, destaca Samuel Ohev-Zion.
Por conta disso, o esforço maior da empresa na atualidade é o de colocar os produtos nos pontos de venda, pois é assim que a companhia tem crescido. “Temos relatos de lojas em que Samsung e Nokia eram responsáveis por 80% do que era vendido e, depois da entrada da Blu, hoje nós vendemos 60% dos aparelhos da loja”, afirma.
Blu também com Windows Phone
Atualmente, todos os aparelhos que a empresa comercializa têm o Android como sistema operacional. Entretanto, a Blu planeja dar mais diversidade à sua linha e está finalizando negociações com a Microsoft para lançar celulares com Windows Phone 8.1.
“Hoje nos Estados Unidos a Microsoft conta com cerca de 50 lojas físicas. Nossa ideia é que a partir de julho, celulares da Blu com Windows Phone estejam disponíveis em todas as lojas oficiais, além de é claro em outros mercados como o Brasil”, destaca Samuel.
Android de 199 reais
O mercado brasileiro revela ainda algumas particularidades interessantes. É o caso do tipo de produto mais procurado pelo consumidor. Enquanto nos Estados Unidos cerca de 70% a 80% dos aparelhos vendidos são smartphones top de linha, no Brasil esse percentual é inverso e 60 a 70% dos consumidores buscam os aparelhos básicos em primeiro lugar.
(Fonte da imagem: Reprodução/Facebook/Amazon Mobile Peru)
“Por conta disso, estamos planejando colocar um modelo de entrada da Blu no mercado até o segundo semestre. A ideia é disponibilizar um aparelho dual SIM, com Android, pelo preço de R$ 199”, afirma. O mercado de tablets deve ser outro alvo das investidas da Blu, e ainda no primeiro semestre deste ano a empresa estuda lançar seu primeiro modelo.
Apesar das taxas altas de importação, a empresa não pretende, ao menos por enquanto, abrir uma fábrica no Brasil. “Esse é um sistema muito complicado e demorado. Hoje temos um depósito nos EUA com cerca de 1 milhão de peças em inventário, o que nos dá flexibilidade para atender eventuais aumentos na demanda”, finaliza o CEO.
Baixo índice de RMA
Na indústria, RMA é uma sigla para Return Merchandise Autorization ("Autorização de Devolução de Mercadoria", em tradução direta), ou seja, são os produtos dentro de um lote que apresentam problemas e, por alguma razão, são devolvidos para o fabricante. Quando o assunto é smartphone, normalmente esse índice fica em torno de 2%.
Em resumo: na prática, não importa o fabricante, ao menos 2 em cada 100 aparelhos podem apresentar algum tipo de problema. No caso da Blu, Samuel revela que esse índice chega a apenas 1%, o que mostra outro diferencial do produto. "Ele é bom, bonito e barato", garante. E, caso algum problema aconteça, mesmo com o produto sendo importado, há assistência técnica nacional autorizada a proceder os reparos.
Conheça alguns dos aparelhos da Blu
Em seu portfólio de produtos, que pode ser acessado por meio deste link, é possível conferir mais de 28 opções em smartphones já desenvolvidos pela companhia. Muito deles não estão disponíveis no Brasil, mas podem ser adquiridos via importação.
No país, o foco no momento parece recair sobre os modelos Life Pure, o top de linha da empresa, e o Life Play, aparelho com características de intermediário.
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