Os governos não podem se omitir, é preciso socorrer os trabalhadores e produtores atingidos pela seca e investir em obras estruturantes que permitam a convivência com as estiagens cada vez mais prolongadas e destruidoras para a nossa economia. A construção da Barragem de Congonhas, entre outras, tem que sair do papel, pois, é vital para o Norte de Minas, notadamente para Montes Claros. LEIA ABAIXO TRECHOS DE REPORTAGEM DO JORNAL HOJE EM DIA DESSA QUARTA-FEIRA:
Seca prolongada deixa rios de Minas com os níveis mais baixos da história
A seca prolongada e atípica deixa cidades mineiras em situação crítica e faz com que rios do Estado atinjam os níveis mais baixos da história. Dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) mostram que 148 localidades já decretaram situação de emergência devido à forte estiagem.
Em algumas delas, medidas mais severas, como o racionamento de água, foram adotadas na tentativa de amenizar o quadro. No Norte de Minas, o rio São Francisco, famoso pela abundância de águas, registra o menor nível da história. Bancos de areia tomam conta de grande parte do leito.
Cenário semelhante é o do rio Verde Grande, que abastece reservatórios da região. “Com 15 metros de profundidade, ele secou pela primeira vez na história”, afirmou o superintendente administrativo da Cedec, major Arnaldo Affonso.
Em Gameleiras, que decretou situação de emergência, a única barragem está no limite porque os rios Coronel e Gorutuba, que abastecem o reservatório, não têm mais água. O que resta apresenta mau cheiro e turbidez. “Acreditamos que a água não estará mais própria para o consumo até o fim deste mês”, disse o major.
De acordo com a Cedec, há municípios na região sem fonte de renda porque perderam a produção agrícola.
Chuva de outubro não resolve o problema
A tão esperada chuva, que deve amenizar os efeitos da estiagem prolongada em Minas, está, na verdade, longe de resolver o problema. A previsão é de que as águas cheguem apenas na primeira quinzena de outubro.
Mas com precipitações em forma de pancadas, a situação não deve melhorar. “São chuvas de fim de tarde que não aumentam o volume de água no leito dos rios, apenas trazem uma sensação de conforto no que se refere à umidade relativa do ar”, explicou o meteorologista Heriberto dos Anjos, do Centro de Meteorologia TempoClima PUC Minas.
Para que a situação melhore, é preciso que ocorram precipitações contínuas. No entanto, isso só deve ocorrer a partir de novembro.
Apesar da data, os meteorologistas não garantem qual será a quantidade de chuva prevista para os próximos meses. “A precipitação de maneira ininterrupta é que irá normalizar os cursos das águas nos rios, fazendo com que os reservatórios e as barragens voltem a ter água de forma segura”, frisou o especialista.
Vazões baixas em reservatórios
Por meio de nota, a Copasa informou que, na maioria dos rios localizados em sua área de abrangência no Estado, em 600 localidades, as vazões de junho e julho são as menores não apenas dos últimos dez anos, mas, em alguns casos, inferiores aos dados registrados em mais de cem anos. Até o momento, apenas Pará de Minas (região Central) enfrenta rodízio no abastecimento.
O órgão também informou que as quase 600 estações pluviométricas espalhadas pelo Estado registraram precipitações até 40% menores do que os índices médios dos últimos dez anos. Em várias delas, a redução do índice pluviométrico superou os 50%.
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