sábado, 25 de outubro de 2014

Mudança nas pesquisas fazem bolsa subir na véspera das eleições - Sondagens indicam mudança de rumo nas intenções de votos e fazem pregão da Bovespa antes das eleições subir 2,42%





Publicação: 25/10/2014 00:12 Atualização: 25/10/2014 07:27

Brasília – Pesquisas internas de bancos que indicam vantagem para o candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) e rumores sobre levantamentos apontando empate técnico na corrida presidencial levaram a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) a fechar ontem em alta de 2,42%, após ter passado de 5% ao longo do pregão. Em meio a fortes especulações sobre o resultado do segundo turno da eleição amanhã, o pregão abriu em queda, afetado pelas pesquisas favoráveis à presidente Dilma Rousseff. Mas logo tomou rumo inverso, recuperando parte das perdas da semana, com desvalorização acumulada de 9% entre segunda e quinta-feira.

Segundo analistas, sondagens encomendadas por bancos apontavam chance de vitóriado oposicionista Aécio Neves, diferentemente do que indicaram as pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas na véspera e ontem, com Dilma rompendo o empate técnico e abrindo vantagem de seis a oito pontos. O Instituto Sensus apontou o tucano à frente, com 54,6% dos votos válidos ante 45,4% da petista, mas com vantagem menor em relação à pesquisa anterior.

Os operadores do mercado citaram também os possíveis efeitos da reportagem da revista Veja, segundo a qual Dilma e o ex-presidente Lula tinham conhecimento sobre o esquema de corrupção na Petrobras, e a expectativa em torno do último debate entre os candidatos na tevê, ontem à noite, e rumores. “Muitos estão zerando suas posições”, notou o operador de uma corretora em São Paulo.

As estatais, que sofreram as principais perdas nos pregões dos últimos dias em razão das incertezas eleitorais, tiveram as maiores altas. A ação preferencial (PN) da Petrobras disparou 5,78%, para R$ 16,30, e as ordinárias (ON), 4,32%, para R$ 15,96. Registravam também ganhos expressivos ontem BM&FBovespa ON (5,54%) e Itaú Unibanco ON (2,17%). Especialistas garantem que os movimentos também serviram de correção de exageros dos últimos dias para esses papéis que ganharam o apelido de “kit eleições”.

No entanto, essas oscilações devem continuar nos próximos dias, como foco na transição para novo governo eleito ou reeleito. “Hoje (ontem), a precificação dessa possibilidade voltou para 50%”, explicou Fernando Góes, analista da Clear Corretora. Fábio Silveira, diretor de pesquisa da consultoria GO Associados, lembra que a expectativa para esta semana já era de grande nervosismo, com provável pressão baixista, em razão das eleições presidenciais, com a divulgação de pesquisas de intenção de voto, “além da eventual divulgação de resultados fracos das principais economias mundiais”.

CÂMBIO Nesta mesma toada, o dólar fechou, por sua vez, em queda no último pregão antes do resultado das eleições. A moeda norte-americana recuou 2,26%, para R$ 2,45. Na quinta-feira, o dólar tinha disparado, batendo o patamar de R$ 2,50, com investidores focados no duelo eleitoral. A moeda tinha avançado 1,35%, cotada a R$ 2,51, na quarta alta seguida e no maior valor desde maio de 2005, quando, no dia 2, também fechou em R$ 2,51. Na semana, a divisa acumulou valorização de 1,01%. No mês, há valorização acumulada de 0,37% e no ano, de 4,22%.

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