O ex-ministro da Educação Héctor Navarro confirmou, esta quarta-feira que foi suspenso da direção nacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, do Governo) por pedir respostas às denúncias de corrupção e críticas à gestão governamental.
"A direção nacional (do PSUV) decidiu passar-me para o tribunal disciplinar do partido e determinou que cesse de imediato as minhas funções como membro (...). Enquanto não for julgado adequadamente, não represento formalmente o meu partido", escreveu num comunicado dirigido aos "camaradas".
Héctor Navarro, um colaborador próximo do falecido Presidente venezuelano Hugo Chávez que também esteve à frente dos ministérios da Energia Elétrica e Ciência e Tecnologia, foi expulso depois de ter solicitado que fossem investigadas irregularidades denunciadas pelo antigo ministro do Planeamento Jorge Giordani sobre o funcionamento da extinta Comissão de Administração de Divisas.
A expulsão ocorre também depois de ter instado o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a comportar-se como um "estadista" perante as críticas, sublinhando que em reuniões da cúpula socialista foram abordados vários assuntos sobre os quais houve "silêncio absoluto".
Em resposta à medida adotada contra Héctor Navarro, a vice-presidente do Parlamento Latino-americano e dirigente do PSUV, Ana Elisa Osório, exortou a Assembleia Nacional da Venezuela a 'desempoeirar' a Lei contra a Corrupção e a castigar os corruptos, os quais classificou como "os grandes traidores da revolução".
O ex-governador socialista Rafael Isea também questionou a suspensão de Héctor Navarro, considerando-a "outro gravíssimo erro".
A 17 de junho, o Presidente da Venezuela anunciou mudanças no seu gabinete, que incluiram a saída do Ministério do Planeamento de Jorge Giordani, um marxista ortodoxo que divulgou uma carta questionando a sua liderança e a cedência a interesses capitalistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário