quarta-feira, 25 de junho de 2014

“Com Licença, Vou à Luta” capacita mais de 700 mulheres no Norte de Minas




(Por Priscila Piotto) Artesanato com fibra de bananeira, corte e costura, produção de doces e salgados, além do resgate da autoestima e da autonomia por meio da qualificação profissional para inserção no mercado de trabalho, foram alguns dos benefícios do Projeto “Com Licença, Vou à Luta” realizado pelo Governo de Minas no Norte do Estado. A iniciativa faz parte do Programa “Travessia” e busca promover a qualificação profissional de mulheres acima de 40 anos, com baixa escolaridade e que vivem em regiões de baixa renda no estado.
No Norte de Minas, o programa já capacitou 778 mulheres, de 16 municípios: Campo Azul, Catuti, Espinosa, Gameleiras, Grão Mogol, Jaíba, Janaúba, Josenópolis, Manga, Matias Cardoso, Miravânia, Montezuma, Pirapora, Santa Fé de Minas, Vargem Grande do Rio Pardo e Verdelândia. O projeto contou com aulas teóricas e práticas divididas em três módulos: “Formação de Cidadania”, com carga horária mínima de 30 horas e abordagem de temas como saúde feminina, segurança pública, meio ambiente e equipamentos urbanos sociais; “Qualificação Profissional”, em que as participantes tiveram aulas práticas de gastronomia, artesanato com fibra de bananeira, corte e costura, estética e informática. E “Oficina de fixação do aprendizado” que através da prática possibilita a vivência do que foi aprendido nos dois primeiros módulos, seja através de feiras, exposições ou pela inserção nos serviços locais (cooperativa, comércio, escola, salão de beleza, dentre outros) sendo o segundo e terceiro módulos em conjunto, com carga horária mínima de 50 horas. Os cursos foram escolhidos por meio de pesquisa sobre interesse e aptidão das mulheres da localidade.
Em Janaúba, 109 mulheres concluíram as atividades. De acordo com Rodrigo Freitas Castro, coordenador do Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), da prefeitura de Janaúba, que atuou em parceria com o Governo de Minas, as aprendizes tiveram a oportunidade de conhecer a própria capacidade de serem autônomas por meio da geração da renda. “As mulheres acima de 40 anos que participaram do projeto puderam conhecer a realidade social na qual estão inseridas e fazer a escolha pessoal de continuarem trabalhando nos lares ou conquistar sua independência, sendo inseridas no mercado de trabalho”, afirma.
Para a costureira Lindaura Alves de Jesus Santos, a participação no projeto foi um grande estímulo em sua vida e os aprendizados continuam. “Atualmente formamos um grupo de 18 pessoas que trabalham com corte e costura em uma associação. Ainda estamos experimentando, desenvolvendo o que aprendemos, mas já visualizamos um bom futuro de negócios. O curso foi importante para minha autoestima, além de ser um trabalho que vai gerar renda ao longo do tempo”, ressalta.

Vargem Grande do Rio PardoNo município de Vargem Grande do Rio Pardo, o projeto ainda está sendo executado e um grupo de 10 mulheres participa de aulas de corte e costura. No ano passado, outras 63 concluíram os módulos de “Formação para Cidadania” e “Qualificação Profissional”.
Uma das beneficiadas foi a salgadeira Rosa Pereira da Silva, 40 anos. Atualmente, ela gerencia o bar que abriu há dois meses no bairro Santo Antônio, onde mora, e um dos produtos que mais vende são os salgados. Além disso, ela está ficando conhecida na localidade e passou a fazer os salgados sob encomenda. “A cada dia que passa quero treinar mais receitas e ampliar as vendas, estou muito otimista. Os resultados financeiros já estão começando a aparecer, sinto que minha vida está mudando”, comemora.

Histórico
Criado em 2011, para reduzir as privações sociais identificadas em diversas regiões do estado, o projeto “Com Licença, Vou à Luta” já mobilizou cerca de 3.000 mulheres, beneficiando 52 municípios. Do total de mulheres que participaram do projeto, mais de 700 foram encaminhadas para elevarem o nível da escolaridade e 308 hoje geram algum tipo de renda. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), na Assessoria de Projetos Especiais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário