Luiz Tadeu Leite está em Miami e Polícia Federal afirma que ele viajou para escapar da prisão |
Neles, Tadeu Leite, que submeteu-se – há cerca de um ano – a uma cirurgia para retirada de parte do intestino grosso, relata ao filho, o deputado estadual Tadeu Leite Filho (PMDB), que sentiu-se mal no dia 20 de junho porque não digeriu uma salada e estava com a glicose alta. Por isso, passou uma noite no hospital, sendo liberado em seguida.
Em outro trecho, ele conta para um amigo, identificado apenas como Pedro, que passou apenas uma noite no hospital, por um imprevisto, mas pretende realizar o tratamento de saúde no Brasil, quando retornar da viagem. As ligações foram interceptadas entre os dias 20 e 26 de junho.
Ao filho, o ex-prefeito demonstrou o medo de retornar ao Brasil. “Não sei. Tem outras questões. Tem esta que você está tratando aí com o Sanzio”, afirmou. Sanzio Baioneta é o advogado do ex-prefeito.
Mandado
Cerca de quinze dias após a conversa, a juíza Arlete Aparecida da Silva Coura deferiu mandado de prisão contra o peemedebista, na operação “Violência Invisível”. Ele é acusado de participar da quadrilha que falsificava e vendia a municípios títulos da dívida pública federal.
Em outro trecho, Luiz Tadeu Leite diz ao amigo Pedro que pretende cuidar da saúde em São Paulo, e não nos Estados Unidos. “Eu acho que no Brasil mesmo, porque operar em lugar que você não conhece ninguém...”, respondeu Tadeu Leite quando questionado sobre o local onde pretende passar por tratamento. Seu advogado, Sanzio Baioneta, sustenta que ele foi a Miami realizar tratamento de saúde.
Segundo a Polícia Federal, o ex-prefeito saiu do Brasil no dia 14 de maio. A viagem se deu porque ele temia a prisão.
Manifestações populares
Com dezenas de processos na Justiça e considerado foragido pela Justiça, Luiz Tadeu Leite (PMDB) acredita que o povo brasileiro “enlouqueceu” ao ir às ruas protestar contra a corrupção. E ainda mostrou ter medo de retornar ao Brasil pela possibilidade de ser alvo dos manifestantes. O temor foi demonstrado em escutas telefônicas gravadas com autorização judicial, no curso das investigações da operação “Violência Invisível”.
“E essa loucura que tá aí, o quê que é isso?”, perguntou ao amigo identificado apenas como Pedro.
Ao filho, o deputado estadual Tadeu Leite Filho (PMDB), o ex-prefeito classificou de “molecagem” os protestos. “Esta molecagem nacional que tá tendo aí... Eles podem estar caçando um cristo em Montes Claros”, afirmou mostrando que teme ser alvo dos manifestantes. “Quem você acha que em Montes Claros que eles vão querer de cristo?”, completou.
Prisões
A Polícia Federal e o Ministério Público Estadual pediram à Justiça a prorrogação por mais cinco dias das prisões de sete acusados de envolvimento na operação “Violência Invisível”. Entre eles estão os ex-prefeitos de Pirapora, Warmillon Fonseca (DEM), e de Janaúba, José Benedito Nunes (PT), e o ex-procurador Sebastião Vieira Filho, que conseguiu o benefício de prisão domiciliar.
Na sexta-feira (5), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou o pedido de habeas corpus de Benedito Nunes e, por isso, ele permanece detido.
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