Luís Tadeu Leite, Warmillon Braga e Benedito Nunes: alertados sobre ilegalidade da operação com a Digicorp eles não se furtaram a fazer papel de bobos
Recomenda-se a leitura da sentença da juíza da Comarca de Pirapora, Arlete Aparecida da Silva Coura, no processo que ganhou o nome fantasia de operação ‘Violência Invisível’. O texto será especialmente interessante para estudantes de Direito, jornalistas acomodados, advogados e, sobretudo, aos novos e atuais prefeitos. A narrativa da magistrada é excelente libelo contra a malandragem travestida do extenuante serviço dos agentes públicos para o bem-comum.
Desencadeada na terça-feira (2) pela Polícia Federal, a operação 'Violência Invisível' levou para a cadeia sete pessoas, das nove que tiveram a prisão decretada, entre elas o empresário Mateus Roberte Carias, apontado como mentor do esquema e os ex-prefeitos de Pirapora, Warmillon Fonseca Braga (DEM), e de Janaúba, José Benedito Nunes (PT). O ex-prefeito de Montes Claros, Tadeu Leite (PMDB), também está com prisão decretada. Ele está refugiado em Miami, nos Estados Unidos.
O texto da juíza Arlete Aparedica relata as peripécias de Mateus Roberte Carias, ora trancafiado em um presídio de Vitória, nos Espírito Santo, e de como ele deu baixa na empresa Instituto de Gestão Pública (Urbis) para criar a Digicorp Consultoria e Sistemas Ltda. A Digicorp é responsável por levar gente graúda e que se julgava muita esperta de 11 estados da federação, aí incluído o Norte de Minas Gerais, para a cadeia.
Entre elas, os ex-prefeitos José Bendito Nunes (Janaúba), Warmillon Braga (Pirapora) e Luiz Tadeu Leite (Montes Claros), este último é dado como foragido pela Polícia Federal em lugar incerto e não sabido, quiçá os Estados Unidos da América. Os três têm em comum o fato de que caíram em legítimo conto do vigário aplicado por Roberte Meira e seus asseclas. Os envolvidos no esquema são acusados pela juíza Alerte Coura da prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, quadrilha ou bando, falsidade ideológica e fraude à licitação. A Urbis, e depois a Digicorp do falsário Mateus Roberte, vendia aos prefeitos incautos precatórios judiciais e títulos poderes para fins de compensação junto à Receita Federal e ao INSS.
Durante as investigações, a Polícia Federal identificou rastros da Digicorp também nos municípios Rio Pardo de Minas, Capelinha, Várzea da Palma, Águas Vermelhas, Varzelândia, Itambacuri, Ipatinga e também no Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun), além, claro de Pirapora, Janaúba e Montes Claros.
Prefeitos sabiam da ilegalidade...
Nenhum comentário:
Postar um comentário