(Por Fabio Oliva) A Polícia Federal e o Ministério Público de Minas Gerais obtiveram novos documentos que ligariam o negociante e agiota Marcos Vinícius Crispim, o Corbi, ao suposto esquema de compra de vereadores de São João da Ponte para que não cassassem o ex-prefeito Fábio Luiz Fernandes Cordeiro, o Fábio Madeiras (PTB), em 2011.
Um dos documentos revela que no dia 22 de março de 2011, um dia após R$ 310 mil em cheques da Prefeitura de São João da Ponte, emitidos nominalmente a seis vereadores, terem sido supostamente trocados com o agiota, ele teria recebido pelo menos um cheque, nominal, no valor de R$ 155 mil, correspondente a 50% da quantia.
A informação de que seis ex-vereadores de São João da Ponte teriam recebido suborno para evitar a cassação do ex-prefeito em 2011, mas só recentemente revelada, revoltou a comunidade local.
Nesta segunda-feira (24), os vereadores e o ex-prefeito Fábio Luiz Fernandes Cordeiro, teriam se reunido em Belo Horizonte com a advogada Adriana Belli. Todos teriam trocados os chips de seus telefones celulares, com receio de estarem grampeados. A informação não é confirmada pelos vereadores, que negam todas as acusações.
De acordo com informações da PF e do MPMG, o ex-vereador Elmon Antunes Cordeiro (PTB), então presidente da Câmara Municipal, que teria recebido R$ 60 mil. Abelar Pinto (PSB), Juscilene Fagundes Borges (PTB), Geraldo Filogônio Ferreira, o Geraldo da Boa Vista (PTC), José Geraldo Lisboa Cordeiro, o Zé do Jambra (PTB) e Lauzimar Rosa de Lima (PSC), teriam recebido R$ 50 mil cada. Lauzimar e Elmon não se reelegeram.
Hoje às 16 horas, no plenário da Câmara Municipal de São João da Ponte, será votado o parecer da vereadora Juscilene Fagundes Borges, presidente da Comissão Processante, contra a continuidade das investigações de infrações político-administrativas supostamente praticadas pelo atual prefeito, Sidiney Pereira da Silva, o Sidiney Gorutuba (PSD). O vereador Reinaldo Pereira de Siqueira (PP) acompanhou o voto da presidente.
Juscilene, mesma vereadora acusada de receber propina para não deixar ir adiante processo de cassação do ex-prefeito, é a presidente da Comissão Processante instaurada neste ano para apurar irregularidades da atual administração. O parecer do vereador-relator, Hugo Leonardo Martins de Souza (PMDB), é pela continuidade das investigações.
O prefeito Sidiney Pereira da Silva é acusado de usar bens e servidor do município em obra particular; não responder aos pedidos de informações e não fornecer documentos necessários a que a Câmara Municipal cumpra seu papel de fiscalização; e de induzir um servidor público a fraudar laudos de vistoria de veículos destinados ao transporte escolar, para favorecer cooperativa de transportes sediada em Caratinga-MG.
O presidente da Câmara Municipal de São João da Ponte, vereador Paulo Simão Campos (PPS) pediu reforço policial para a hora da sessão, para garantir a segurança de vereadores e manifestantes. A população promete lotar o plenário e a rua da Câmara Municipal com cartazes, faixas e panelaço.
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